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Crise árabe

Rebeldes tomam aeroporto e ONU pede cessar-fogo

Primeiro-ministro líbio concordou em receber um enviado das Nações Unidas com o objetivo de negociar uma resolução pacífica

Civis que se tornaram voluntários do exército rebelde da Líbia recebem treinamento em Benghazi | Mohammed Salem/Reuters
Civis que se tornaram voluntários do exército rebelde da Líbia recebem treinamento em Benghazi (Foto: Mohammed Salem/Reuters)

Insurgentes líbios capturaram ontem o aeroporto de Misurata, cidade no oeste do país, após du­­ros confrontos com as forças de Muamar Kadafi, informou um correspondente da agência Fran­­ce Presse no local. Os rebeldes to­­maram controle total do aeroporto, com centenas de pessoas co­­memorando nas ruas.

O Exército de Kadafi também deixou tanques para trás, que es­­tão sendo incendiados pelos re­­beldes. Informações anteriores contabilizavam pelo menos 13 re­­beldes feridos, mas não há in­­formações sobre mortos.

Ainda ontem, o secretário-ge­­ral da Organização das Nações Uni­­das (ONU), Ban Ki-moon, disse que pediu ao primeiro-ministro da Líbia que interrompa imediatamente os ataques contra civis e pediu uma trégua na violência no país do Norte da África. Ban disse que estava despachando um en­­viado da ONU para Trípoli, após telefonar na terça-feira para o premiê líbio, Baghdadi Mahmudi.

Ban disse que pediu o fim dos ataques contra civis e um cessar-fogo verificável, para que ocorra uma resolução pacífica da crise no país. "O primeiro-ministro concordou em receber meu en­­viado, sr. [Abdel Elah] Al Khatib, e eu o instruí a viajar para Trípoli o mais rápido possível."

Ban também disse que deve haver uma paralisação dos confrontos em Misurata e em outras partes do país, para que possa ocorrer um diálogo político e a assistência humanitária seja en­­tregue.

O governo líbio negou que os insurgentes tenham tomado o aeroporto de Misurata. "Nós controlamos o aeroporto e também controlamos o porto marítimo de Misurata", disse o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim. O acesso ao porto, que os insurgentes dizem controlar há vários dias, foi restrito, embora não interrompido.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha conseguiu atracar um navio no ancoradouro, que ontem desembarcou alimentos para bebês e remédios. O na­­vio servia como ponto de operação para uma equipe da Cruz Vermelha que atendia civis líbios em Misurata.

Em Trípoli, Ibrahim reconheceu que o bloqueio naval da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os bombardeios da aliança atlântica estão criando uma séria falta de vários alimentos e outras mercadorias. "Os bombardeios e o bloqueio naval estão prejudicando a vida de muitos líbios comuns. Temos falta de gasolina, alimentos e remédios. Os bombardeios também tornam difícil ir às escolas, hospitais, escritórios e fábricas".

De acordo com Caroline Huford, porta-voz do Pro­­gra­­ma Mundial de Alimentação (WPF, na sigla em inglês), ór­­gão da ONU, os estoques de alimentos da Líbia podem acabar nas próximas seis a oito se­­manas se os carregamentos humanitários não aumentarem bastante. A Líbia está à beira de uma "crise generalizada de segurança alimentar", que pode afetar a população dentro de dois meses. O país importa 90% dos alimentos que consome. Estoques públicos e privados têm que ser re­­compostos.

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