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Simpatizantes de Recep Erdogan comemoram, em Istanbul, a vitória nas eleições deste domingo | YASIN AKGUL/AFP
Simpatizantes de Recep Erdogan comemoram, em Istanbul, a vitória nas eleições deste domingo| Foto: YASIN AKGUL/AFP

O presidente conservador Recep Tayyip Erdogan declarou vitória nas eleições deste domingo na Turquia, assegurando mais cinco anos no comando do país com o pleito presidencial e parlamentar deste domingo (24).  Após tensas horas de resultado indefinido, ele tinha 52,5% dos votos com 98% das urnas apuradas, segundo a agência estatal Anadolu. A oposição, no entanto, contestou os números.  

Confirmados os números, Erdogan recebeu mais de metade dos votos e foi poupado de um segundo turno. Consolida-se, assim, no poder de um dos países mais influentes do Oriente Médio, do qual foi premiê de 2003 a 2014 e é presidente desde então.  "O público turco me entregou o mandato de presidente", Erdogan disse no final da jornada eleitoral, prometendo megaprojetos de construção para revitalizar a economia que desacelera.  

A população celebrou nas ruas; mulheres ululando e homens gritando "Deus é maior".  "Espero que ninguém prejudique a democracia ao lançar sombras sobre esta eleição e seus resultados para esconder seu fracasso", disse ele.  Seu principal rival, o social-democrata Muharrem Ince, recebeu 30,8% dos votos.

Havia expectativa da oposição de que Ince pudesse ir para o segundo turno, dadas as massas que ele conseguira reunir na véspera: ao menos um milhão no comício de Istambul.  Já no Parlamento, Erdogan e seu AKP (Partido Justiça e Desenvolvimento) somaram 53,7% dos votos com o aliado MHP (Partido de Ação Nacionalista), garantindo maioria.  O bloco de oposição, que inclui a sigla de Ince, CHP (Partido Republicano do Povo), obteve 34,1% de apoio na Casa.  

O presidente votou em Istambul, a principal cidade do país. Ali, disse a jornalistas que o processo eleitoral "mostra quão avançada é a democracia turca".

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"A Turquia está vivendo uma revolução", afirmou.  Na escola religiosa de Eyüp, em Istambul, o fluxo de eleitores era constante. Votava-se entre inscrições do Alcorão, livro sagrado islâmico, e a ilustração do conquistador islâmico Saladino (século 12).  "Erdogan é o melhor. Forte, justo. Os outros apoiam o terrorismo", disse o administrador Mehmet Kankiliç, 26. "Os opositores são mentirosos e não respeitam nosso líder."  

Em outros locais de votação, imagens exibidas pela mídia local mostravam eleitores em cadeira de rodas ou com tanques de oxigênio, demonstrando uma suposta ansiedade de participar. O comparecimento foi de 87%, segundo o governo. O voto é obrigatório no país, mas não há pena nem multa para os ausentes.  

s eleições estavam programadas para novembro de 2019. Em abril último, porém, o presidente decidiu antecipá-las. Segundo analistas, ele temia que a crise econômica latente afetasse sua reeleição e sua bancada parlamentar. 

 Os resultados têm grande impacto na Turquia, um poderoso membro da Otan (aliança militar ocidental) que faz fronteira com Síria e Iraque.  Erdogan governou o país nos últimos 15 anos com mão cada vez mais pesada, cerceando a imprensa e seus opositores. Depois de uma

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