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As mudanças no setor rural discutidas pelos líderes chineses desde quinta-feira abrem caminho para o ressurgimento de grandes proprietários de terra, justamente um dos principais alvos da Revolução Comunista liderada por Mao Tsé-tung em 1949. Trinta anos depois de iniciada a reforma que colocou a China no centro do cenário econômico global, os líderes do país buscam caminhos para acelerar a integração de seus 730 milhões de camponeses à sociedade de consumo

A possibilidade de os camponeses poderem negociar seus direitos de exploração da terra é o principal tema no encontro anual do Comitê Central do Partido Comunista, que termina neste domingo. Se aprovada, ela será a mais radical transformação no campo desde que as famílias ganharam sinal verde para cultivar lotes de terra de maneira individual, a partir de 1978. A medida permite que uma única pessoa ou empresa adquira os direitos de exploração da terra de vários camponeses e concentre a produção agrícola em uma única unidade, o que permite a modernização e mecanização do campo

A reforma enfrenta resistência de setores do Partido Comunista e apresenta imensos riscos, na medida em que corta o vínculo que evita um êxodo rural em massa para as cidades e garante a alimentação dos milhões de camponeses do país. A vila de Xiaogang, na província de Anhui, é apontada pela imprensa oficial como uma experiência-piloto que indica o caminho que a reforma poderá percorrer. Entre as mudanças relatadas está a decisão de 10 famílias de arrendarem suas terras para uma empresa de criação de porcos de Xangai, enquanto outro grupo fez negócio com uma vinícola

As mudanças são comparadas ao "risco político" que muitos camponeses correram antes do início do processo de reforma de 1978, ao realizarem contratos individuais para cultivo da terra, fora do sistema de produção coletiva. Suas ações acabaram inspirando as mudanças que foram oficializadas em dezembro de 1978 e posteriormente estendidas ao restante do país. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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