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Preconceito

Região indiana criará centro para que homossexuais voltem a ser "normais"

A Índia ilegalizou em dezembro de 2013 as relações entre homossexuais, quatro anos depois que foram despenalizadas em 2009

Um ministro do estado indiano de Goa anunciou que criará um centro similar ao Alcoólicos Anônimos para tratar jovens da comunidade LGBT (lésbica, gay, bissexual e transexual) com o objetivo de que eles voltem a ser "normais".

Os jovens serão "treinados" e receberão remédios durante seu tratamento no centro, disse na segunda-feira o ministro de Esportes e Juventude do estado ocidental de Goa, Ramesh Tawadkar, pertencente ao BJP, partido do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, informaram hoje os meios de comunicação locais.

"Da mesma forma que com outros grupos como os delinquentes juvenis, jovens drogados, marginalizados, imigrantes e os geograficamente desavantajados, será realizada uma pesquisa detalhada para que os problemas do coletivo LGBT possam ser especificamente tratados", acrescentou Tawadkar, segundo o canal "NDTV".

O ativista e organizador do festival gay Nigah Queer, Gautam Bhan, qualificou o anúncio realizado pelo ministro de Goa de "infeliz e sem nenhum rigor científico".

A consideração do homossexualismo como uma doença vai contra a visão das instituições indianas, como a Sociedade Índia de Psiquiatria, concretizou Bhan.

"Esperamos mais de um governo que fala tão alto sobre uma Índia nova e moderna, que nunca vai ter esse títutlo sem o respeito básico a todos os cidadãos", criticou o ativista.

A Índia ilegalizou em dezembro de 2013 as relações entre homossexuais, quatro anos depois que foram despenalizadas em 2009.

Em discurso ontem em Nova Délhi, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu que as leis que criminalizam relações pactuadas entre adultos do mesmo sexo "violam os direitos básicos à privacidade e o da não discriminação".

Ban se declarou "orgulhoso" de reivindicar a igualdade de todas as pessoas, "incluindo aquelas que são lésbicas, gays, bissexuais e transexuais".

Apesar de em 2014 a Corte Suprema indiano ter reconhecido os transexuais como um terceiro gênero diferente do masculino e feminino, a comunidade LGBT segue sofrendo uma grande discriminação no país.

O coletivo vive uma situação "complexa" no gigante asiático, onde o movimento pelos direitos dos homossexuais se fortaleceu, mas uma nação na qual, segundo afirmou o ativista, ainda existe discriminação e violência "no dia a dia".

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