
O regime sírio reagiu ontem, com prisões, ao avanço da oposição, que atacou instalações militares do país na véspera. Pelo menos 40 pessoas teriam sido presas na cidade de Hama, no centro do país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que também anunciou a morte de pelo menos oito civis pelo regime ontem.Apesar da resposta do governo, o opositor Exército Livre da Síria, responsável pela ação do dia anterior contra um complexo de inteligência sírio no subúrbio de Damasco, realizou outro ataque desta vez a um escritório do Baath, partido do ditador Bashar Assad, no nordeste da Síria.
O governo não confirmou nenhuma das duas ações, e nem as prisões políticas em Hama, mas disse ter detido 57 "terroristas" e confiscado suas armas e explosivos na província de Idlib.
O avanço militar da oposição síria é visto por muitos países, como os Estados Unidos, como uma reação esperada à violenta repressão de Assad contra a população. No entanto, para Rússia e China, desperta preocupação.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse ontem que o cenário se aproxima de uma "autêntica guerra civil" e pediu que a comunidade internacional em especial a Liga Árabe exija o fim da violência de todos os lados, inclusive da oposição. "A petição da Liga Árabe para que cesse a violência deve ser mais precisa. É preciso frear a violência, venha de onde venha", disse Lavrov.
Isolamento
O Ministério das Relações Exteriores do Marrocos retirou ontem seu embaixador da Síria, o que aumenta o isolamento do regime de Assad. A ação foi anunciada após o Marrocos ser a sede da reunião da Liga Árabe em que ministros do exterior da organização decidiram pela suspensão da Síria do órgão e deram três dias para o país parar a repressão contra os manifestantes.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a condenar a violência da Síria. "O mundo precisa ouvir os gritos da Síria urgentemente e fazer algo para acabar com o derramamento de sangue", disse Erdogan. Ele acrescentou serem necessárias medidas de segurança para o fornecimento de energia e para a paz mundial.
Apesar de não especificar que ações seriam estas, o primeiro-ministro turco pediu que a comunidade internacional se sensibilize com a condição do povo sírio da mesma forma com que fizeram com a Líbia. Ele disse que "a falta de reação aos massacres na Síria estão causando feridas irreparáveis na consciência da humanidade".



