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Medida anunciada pelo ministro do Interior do Reino Unido, James Cleverly, e pelo governo de Ruanda ocorre após Suprema Corte suspender plano no mês passado
Medida anunciada pelo ministro do Interior do Reino Unido, James Cleverly, e pelo governo de Ruanda ocorre após Suprema Corte suspender plano no mês passado| Foto: EFE/André Borges

O ministro do Interior do Reino Unido, James Cleverly, e o ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Vincent Biruta, assinaram nesta terça-feira (5), na capital ruandesa, Kigali, um novo tratado para transferir para o país africano os migrantes que entram ilegalmente em território britânico, como parte de um plano de Londres para reduzir a migração.

O pacto visa legalizar o programa do governo do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, de enviar requerentes de asilo para Ruanda, depois que a Suprema Corte do Reino Unido - tribunal de maior instância do país - o considerou ilegal em novembro.

“O novo tratado que assinamos aborda todas as preocupações dos juízes da Suprema Corte. Trabalhamos em estreita colaboração com nossos parceiros ruandeses para garantir que isso aconteça”, disse Cleverly em entrevista coletiva em Kigali.

O chanceler de Ruanda também defendeu o novo tratado. “Acreditamos que estamos fazendo a coisa certa para contribuir com a solução dessa crise migratória global. Não faz sentido continuar criticando um país como Ruanda, que está contribuindo para uma solução, enquanto não abordamos a causa principal que produz esses refugiados. Fomos tratados injustamente por organizações internacionais, pela imprensa e pelos tribunais”, afirmou.

No mês passado, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que, à luz das evidências, há um risco de que os solicitantes de asilo enviados a Ruanda corram o risco de serem deportados para seus países de origem.

A decisão foi um grande revés para a política de migração do governo conservador britânico, uma vez que o esquema de Ruanda - lançado em abril de 2020, quando Boris Johnson era o primeiro-ministro - foi fundamental para combater o aumento do número de barcos de migrantes que cruzam o Canal da Mancha entre Grã-Bretanha e França.

O programa também foi apoiado pelo governo de Ruanda, que reiterou em várias ocasiões que continuava “comprometido” com seu acordo com Londres.

Na segunda-feira (4), o governo Sunak já havia divulgado novas medidas para restringir a chegada de imigrantes, como impedir que os estrangeiros que chegam ao país para trabalhar como prestadores de serviços na área da saúde venham com familiares e aumentar a faixa salarial para que trabalhadores estrangeiros qualificados consigam permissão para morar no Reino Unido.

No ano passado, cerca de 745 mil imigrantes chegaram ao país. O governo espera reduzir esse número em 300 mil pessoas com as novas regras. (Com Agência EFE)

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