Londres - O governo do Reino Unido fechou um acordo e irá indenizar 16 ex-prisioneiros de Guantánamo. Eles processam o Estado britânico por participação ou cumplicidade nas sessões de tortura que afirmam ter sofrido na prisão, que é controlada pelos Estados Unidos.
Todos foram detidos por agentes britânicos após o 11 de Setembro, sob acusação de terem ligações com redes terroristas.
Segundo o governo, foi melhor fazer um acordo agora que enfrentar um processo demorado que poderia ser ainda mais custoso para os cofres públicos.
Além disso, a ação judicial iria tornar público métodos utilizados pelos serviços de inteligência e ocupar pessoal envolvido na segurança nacional, afirmou o ministro da Justiça, Ken Clarke.
Segundo ele, havia o risco de colocar em xeque a reputação dos britânicos como um povo que defende os direitos humanos.
Não foram fornecidos detalhes sobre os valores das indenizações.
Segundo o ministro, foi firmado um acordo de confidencialidade entre as partes que proíbe a revelação das cifras. Especula-se que cada um possa receber mais de 1 milhão de libras (cerca de R$ 2,7 milhões).
Abusos
Os ex-detentos afirmam que foram presos com falsas acusações e que eram submetidos a privação de sono, excesso de barulho e de frio, que ficavam pendurados e que sofriam ameaças de que seriam mortos durante os interrogatórios.



