
Dezenas de réplicas do terremoto de domingo que sacudiu o noroeste da Itália causaram pânico e danos em várias cidades do país ontem. O número de desalojados subiu para 5 mil. As réplicas, cerca de cem, foram sentidas, sobretudo, nas regiões de Mirandola, San Felicia e Finale Emilia, a 36 quilômetros ao norte de Bolonha, onde se situava o epicentro do primeiro tremor.
De acordo com os serviços de emergência, dezenas de pessoas sofreram ferimentos após o terremoto e várias casas e monumentos históricos ficaram em ruínas. Temendo novos desabamentos de construções, centenas de italianos decidiram passar a noite em seus carros enquanto outros buscaram abrigos temporários nos quais as autoridades locais instalaram camas, mesas e cadeiras.
Quatro dos mortos no primeiro tremor eram trabalhadores do turno da noite cujas fábricas desabaram. Dois deles morreram quando estavam trabalhando e o teto de uma fábrica de cerâmicas caiu na cidade de SantAgostino, onde foram instalados acampamentos improvisados e um ginásio foi preparado para receber os atingidos.
"Podemos abrigar cerca de 500 pessoas. Muitas delas têm medo e não querem voltar para suas casas, apesar de não terem sido danificadas", explicou Sebastiano Lucchi, da Proteção Civil.
O serviço de proteção civil levou centenas de idosos e pessoas vulneráveis para abrigos improvisados na localidade de Finale Emilia, epicentro do tremor.
A região da Emilia-Romagna é uma das mais industrializadas da Itália e abriga tesouros artísticos e arquitetônicos. O centro histórico de Ferrara está na lista do patrimônio mundial da Unesco. O teto de uma capela do século 6, na cidade de San Carlo, cuja restauração levou oito anos, desabou e deixou expostas as estátuas de anjos wque estavam dentro do local.
"Mil anos de história desapareceram", disse desconsolado o prefeito de Finale Emilia, Fernando Ferioli.
O terremoto ocorreu pouco mais de três anos depois de outro abalo sísmico de magnitude 6,3 que atingiu em março de 2009 a cidade de LAquila, deixando 300 mortos e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas.



