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Presidente Donald Trump em um comício em El Paso, Texas, na fronteira com o México. Apoiadores seguram cartazes onde se lê “Construa o muro” | JOE RAEDLE/AFP
Presidente Donald Trump em um comício em El Paso, Texas, na fronteira com o México. Apoiadores seguram cartazes onde se lê “Construa o muro”| Foto: JOE RAEDLE/AFP

Democratas e republicanos chegaram a um acordo de princípio sobre a segurança na fronteira sul para aprovar o orçamento do governo dos EUA e evitar outra paralisação parcial.

O acordo, anunciado nesta segunda-feira (11) após horas de negociações a portas fechadas no Capitólio, prevê apenas uma parte – pouco menos que ¼ – do que o presidente dos EUA, Donald Trump, está pedindo para a construção de um muro na fronteira com o México. Os democratas abriram mão de algumas exigências para limitar a detenção de imigrantes.

Não ficou claro se o presidente Trump vai apoiar a proposta bipartidária. Se ele não aprová-la até a meia noite de sexta-feira (15), haverá mais um shutdown, apenas três semanas depois da paralisação mais longa da história do governo americano, que durou 35 dias.

"O que nos trouxe de volta juntos, pensei, esta noite, foi que não queríamos que isso acontecesse", disse o presidente do Departamento de Apropriações do Senado, Richard Shelby,  líder republicano nas negociações. 

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O acordo inclui US$ 1,375 bilhão para a construção de 88 quilômetros de cercas ao longo da fronteira, sendo que Trump havia pedido US$ 5,7 bilhões para mais de 320 quilômetros de muros. O acordo não contempla um novo e estrito limite de detenção de imigrantes dentro dos Estados Unidos, solicitado pelos democratas. Ao mesmo tempo, ele reduz o limite geral dos leitos de detenção mantidos pela agência de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), embora os assessores do Partido Republicano tenham dito que o ICE teria dinheiro e flexibilidade suficientes para manter seus atuais níveis de detenção e adicionar mais quando necessário. 

Funcionários da Casa Branca estavam revendo os termos do acordo, e Shelby disse que esperava que Trump fosse favorável. Mas detalhes do acordo rapidamente foram criticados por conservadores, levantando a perspectiva de uma reação da direita que poderia torná-lo inaceitável para Trump. 

O presidente preparou um plano para declarar uma emergência nacional na fronteira sul, que ele acredita que lhe permitirá redirecionar o dinheiro dos contribuintes de outros projetos para construir partes de um muro, mesmo sem a aprovação do Congresso. Os democratas vão tentar impedir na justiça essa abordagem. 

Reações

O anfitrião da Fox News, Sean Hannity, um confidente de Trump, imediatamente chamou o acordo para evitar o shutdown de "compromisso de lixo". 

O deputado Mark Meadows, líder do conservador House Freedom Caucus, que conversa regularmente com Trump, disse que a proposta conjunta não consegue lidar com ameaças sérias. "Isso não representa uma fração do que o presidente prometeu ao povo americano", disse Meadows em mensagem de texto ao Washington Post. "Eu não falo pelo presidente, mas não posso imaginar que ele vá apoiar algo tão fraco". 

Em um comício em El Paso, Texas, na noite de segunda-feira, Trump disse a uma multidão de apoiadores que ele foi informado sobre o progresso do comitê de conferência enquanto caminhava para o palco. "Só para você saber – estamos construindo o muro de qualquer maneira", declarou Trump para a plateia.  

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As discussões são o primeiro grande teste político para democratas e republicanos depois que a última paralisação do governo congelou os salários de 800.000 trabalhadores federais. 

Um shutdown parcial poderia ter um impacto amplo no país. Os lapsos de financiamento iriam além do Departamento de Segurança Interna,a prejudicando vários outros departamentos federais, incluindo os departamentos de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Tesouro, Agricultura e Interior, a Agência de Proteção Ambiental e a Receita Federal.

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