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Colombianos se reiniram na praça Bolívar, em Bogotá, para protestar contra o terrorismo, em repúdio ao recente atentado a bomba  que deixou 20 mortos | JUAN BARRETO/AFP
Colombianos se reiniram na praça Bolívar, em Bogotá, para protestar contra o terrorismo, em repúdio ao recente atentado a bomba que deixou 20 mortos| Foto: JUAN BARRETO/AFP

Milhares de pessoas marcharam neste domingo (20) nas ruas da Colômbia em repúdio ao atentado que matou 20 jovens e deixou 68 feridos em uma academia policial de Bogotá. O terrorista, que também morreu na ação, era membro do Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha ativa do país. 

O protesto ocorreu em várias cidades do país e reuniu manifestantes vestidos de branco, com bandeiras da Colômbia. Em Bogotá, que registrou a maior mobilização, também foi realizada uma cerimônia religiosa em memória das vítimas – que tinham entre 17 e 22 anos.

"Acho que um grupo que se dedica ao narcotráfico, sequestro e explode oleodutos não dá sinais de que quer a paz e, menos ainda, com ações como esta, de matar 20 jovens", disse Amanda Ramírez, de 49 anos, funcionária de um centro de estética da capital colombiana.

O governo e alguns líderes da oposição se uniram ao protesto e caminharam pelas ruas de Bogotá. "Temos o coração apertado, mas também temos o desejo de honrar estes heróis, e honrar sua memória significa rechaçar a violência, o terrorismo e nos unirmos como país", declarou o presidente, Iván Duque. "Viemos prestar homenagem às famílias de uma Colômbia que não quer mais violência."

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Após o ataque, Duque decidiu suspender o diálogo com o ELN que seu antecessor, Juan Manuel Santos, tinha iniciado em 2017. Em um país ainda divido pelo pacto de paz de 2016, que desarmou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e legalizou sua luta política, Duque enfrenta críticas e chamados a rever sua posição.

Última guerrilha da Colômbia, o ELN ainda não se pronunciou sobre as acusações do governo e da promotoria, que lhe atribuem a responsabilidade sobre o atentado contra a principal escola de formação de policiais do país.

Extradições

Mesmo assim, Duque decidiu reativar os mandados de prisão contra os negociadores do grupo rebelde em Havana e anunciou que intensificará a perseguição contra o que descreveu como uma "máquina criminosa de sequestros e ataques". Ao mesmo tempo, ele exigiu que o governo cubano prendesse e entregasse à Colômbia os "criminosos", o que criou uma atrito diplomático com Havana.

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Anfitrião e garantidor das frustradas negociações de paz, o governo cubano afirmou, na sexta-feira, que cumprirá os compromissos assumidos com o ELN, mesmo diante do colapso das negociações para encerrar a luta armada na Colômbia, que já dura mais de meio século.

Segundo Duque, Cuba não deve oferecer garantia alguma aos rebeldes, já que seu governo não se sentou à mesa de negociações – o ex-presidente Santos seria o fiador. Para retomar as negociações com o ELN, Duque exige que a guerrilha liberte todos os reféns sob seu poder e interrompa os ataques terroristas.

Entre os líderes políticos que participaram das marchas deste domingo, a atenção da imprensa colombiana se voltou para o ex-presidente Santos, que se retirou das atividades políticas após deixar o cargo, em agosto.

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