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Encontro

Reunião de cúpula tenta salvar acordo no Zimbábue

Opositor deve entregar a Mugabe um pedido por uma divisão justa de ministérios, Tsvangirai sofre pressão do partido para não desistir do controle da polícia

Presidente da África do Sul Kgalema Motlanthe chega para participar de reunião emergencial que pode finalizar impasse no Zimbábue | Philimon Bulawayo / Reuters
Presidente da África do Sul Kgalema Motlanthe chega para participar de reunião emergencial que pode finalizar impasse no Zimbábue (Foto: Philimon Bulawayo / Reuters)

Um reunião de cúpula de emergência, que ocorre nesta segunda-feira (27) na capital do Zimbábue, Harare, é vista como a última chance de salvar um acordo para a divisão de poderes no país. O acordo assinado entre a oposição e o governo do presidente Robert Mugabe, em 15 de setembro, chegou a um impasse por causa da divisão de ministérios entre o mandatário; o principal grupo de oposição, chamado Movimento para uma Mudança Democrática, do líder Morgan Tsvangirai; e outro partido pequeno de oposição. Tsvangirai acusa Mugabe, que governa o Zimbábue desde a independência do país em 1980 (da Grã-Bretanha), de tentar manter os ministérios mais importantes, incluídos o das Finanças e o do Interior.

Tsvangirai deverá entregar a Mugabe um pedido por uma divisão justa de ministérios, no hotel onde ocorre a reunião.

Além de Mugabe, Tsvangirai e do líder de outro partido de oposição, Arthur Mutambara, o encontro contará com a participação de líderes da África do Sul, Angola, Moçambique e Suazilândia.

Tsvangirai está sob uma forte pressão do próprio partido a não abrir mão do controle da polícia, culpada por parte da violência contra os oposicionistas durante as eleições de março e junho.

"Não existe nada de errado com o acordo, o problema é que Mugabe quer manter todos os ministérios mais importantes. Isso é inaceitável", disse Tsvangirai aos partidários no sábado.

O ex-presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, também participa da reunião desta segunda-feira como mediador.

Tsvangirai ainda questiona se pedirá que mediadores de status mundial participem do processo. Ele pediria a intervenção do ex secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, que no ano passado conseguiu mediar um acordo entre governo e oposição no Quênia. Um acordo no Zimbábue permitiria que os líderes do país finalmente voltassem a atenção para a desintegração da economia local, que já levou ao desabastecimento crônico de alimentos, gasolina e mercadorias básicas; apagões diários no fornecimento de energia e interrupções no abastecimento de água potável; e o colapso dos sistemas de educação e saúde. A inflação anual no Zimbábue é de 231.000.000%. A ONU acredita que metade da população precisará da doação de alimentos para sobreviver em 2009. As informações são da Associated Press.

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