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Oriente Médio

Revolta contra governo toma ruas de Egito, Líbano e Tunísia

Duas mortes de jovens foram registradas em Suez e um policial morreu no Cairo; ditador Hosni Mubarak enfrenta pior oposição em 30 anos

Gás lacrimogêneo usado pela polícia egípcia no centro do Cairo, em manifestações convocadas por  redes sociais | Mohammed Abedi/AFP
Gás lacrimogêneo usado pela polícia egípcia no centro do Cairo, em manifestações convocadas por redes sociais (Foto: Mohammed Abedi/AFP)
Pôster de Mikati arrancado por opositores, em Trípoli |

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Pôster de Mikati arrancado por opositores, em Trípoli

Veja no infográfico um resumo dos protestos no Líbano, Tunísia e Egito |

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Veja no infográfico um resumo dos protestos no Líbano, Tunísia e Egito

Multidões inspiradas pela revolução em andamento na Tunísia tomaram ontem as ruas das principais cidades do Egito para exigir a saída do ditador Hosni Mubarak, numa onda de protestos que deixou três mortos.

As manifestações, qualificadas por testemunhas locais como as maiores desde que Mubarak assumiu o poder, há 30 anos, ocorrem após uma onda de autoimolações semelhantes à que desencadeou o levante contra o ditador tunisiano Zine Al-Abidine Ben Ali.

Ben Ali, cujo regime secular era tido como um dos mais estáveis da região, foi varrido do poder no último dia 14 por protestos que inspiraram populações de muitos países árabes, quase todos governados por regimes repressores e in­­competentes apoiados pelo Oci­­dente.

Atendendo a uma convocação feita em grande parte por mídias sociais, como Facebook e Twitter, dezenas de milhares de egípcios desafiaram a proibição de se manifestar imposta por Mubarak desde que chegou ao poder.

Segundo o canal de tevê árabe Al-Jazira, do Catar, 30 mil pessoas atenderam aos protestos na capital, Cairo, e em Suez e Alexandria, apesar de o governo ter cortado a rede de celulares e bloqueado o Twitter.

"Abaixo Hosni Mubarak", gritaram os manifestantes em frente de um complexo judicial no centro do Cairo, que ficou cercado por policiais.

Também houve gritos de "Ga­­mal, avise o seu pai que os egípcios o odeiam", numa referência ao filho de Mubarak, que está sendo preparado para suceder o pai, doente e com 82 anos de idade.

Os protestos começaram de forma pacífica, mas a situação degenerou depois que policiais utilizaram canhões de água, gás lacrimogêneo e golpes de cassetete para conter o levante.

Manifestantes revidaram jo­­gando pedras e garrafas nos policiais e até mesmo invadindo veículos usados pelas forças de segurança.

No Cairo, um policial morreu após ser atingido por uma pedrada na cabeça. Em Suez, a leste da capital, um manifestante que tinha problemas respiratórios morreu após inalar gás lacrimogêneo e outro em circunstâncias não esclarecidas.

Informações sobre as mortes foram transmitidas a agências de notícias por fontes policiais que não quiseram se identificar.

Há relatos de policiais que aban­­donaram a missão de conter os protestos e se juntaram aos manifestantes.

Os acontecimentos tiveram ain­­da mais força simbólica por aconteceram durante um feriado na­­cional que homenageia as forças de segurança, temidas e onipresentes na vida do país.

O pano de fundo para os protestos egípcios é formado por repressão, o desemprego, a pobreza crescente e corrupção endêmica, os mesmos enfrentados na Tunísia, onde ontem milhares de manifestantes voltaram a protestar em frente do Palácio do Governo, exigindo a saída de todos os ministros do regime do ditador deposto Zine Al-Abidine Ben Ali.

Cerca de 11 mil manifestantes das regiões sulinas de Kebili e Ta­­taouine chegaram à capital, desafiando um toque de recolher, e se juntaram a outros que passaram a noite em frente à sede do Exe­­cu­­tivo.

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