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Cofres esvaziados

Roubo espetacular na Argentina

Ladrões alugaram imóvel ao lado da agência do Banco Província e passaram seis meses cavando um túnel para chegar aos cofres

Clientes do Banco Província que mantinham economias nos cofres da agência correram em busca de informações | Marcelo Capece/AFP
Clientes do Banco Província que mantinham economias nos cofres da agência correram em busca de informações (Foto: Marcelo Capece/AFP)

Enquanto a maioria dos argentinos ainda festejava o ano-no­­vo, uma quadrilha aproveitou o último fim de semana para es­­vaziar ao menos 136 cofres de uma agência bancária de Bue­­nos Ai­­res.

A ação não teve tiros nem re­­féns. O grupo usou um túnel pa­­ra chegar discretamente até a caixa-forte, localizada no subsolo, e levou milhões de dólares de clientes do Banco Província.

As autoridades não divulgaram o valor furtado, mas as estimativas extraoficiais variam de R$ 4,9 milhões a R$ 10,8 milhões.

Conforme a polícia, os ladrões alugaram um imóvel vizinho, há seis meses, e escavaram até chegar à sala onde ficam os cofres que o banco aluga para os clientes, que costumam usá-los para guardar dólares, joias, antiguidades e documentos.

O golpe foi descoberto na ma­­nhã de ontem, quando os funcionários chegaram para trabalhar após o feriado esticado de fim de ano, que manteve a agência fe­­chada por quatro dias. Cerca de 10% dos 1.408 cofres estavam vazios, diz o banco.

Até agora, o único sinal dos bandidos são imagens que mostram três pessoas abandonando o imóvel de onde partia o túnel.

Ele fugiram com 11 sacos pretos em uma camionete, pouco antes de o crime ser divulgado pe­­la imprensa, na manhã de on­­tem. Um saco, com papéis e antiguidades, ficou para trás.

Segundo vizinhos, a quadrilha dizia estar reformando o imóvel, para disfarçar o ruído, e guardava a terra escavada no an­­dar de cima.

A polícia e funcionários do banco afirmaram que os alarmes da agência haviam disparado repetidas vezes nas últimas se­­manas, mas nada foi encontrado de anormal. Há informação de que durante o fim de semana a polícia chegou a estar no local, mas não percebeu nada de anormal.

Ontem, os clientes que mantinham economias nos cofres se aglomeraram no local para descobrir se haviam sido vítimas do roubo. Desesperados, alguns en­­traram em conflito com funcionários do banco por não terem informações precisas.

A maior dificuldade agora é negociar a indenização que cabe a cada cliente, já que o conteúdo mantido dentro dos cofres é sigiloso.

Segundo o presidente do Ban­­co Província, Guillermo Francos, o contrato de aluguel não estipula um limite, e a indenização será feita mediante acordos individuais, uma vez que os clientes possam demonstrar de alguma forma que mantinham os valores ou objetos guardados.

Até a noite de ontem, 80% das pessoas prejudicadas já haviam conferido seus cofres e relatado as perdas a um escrivão, segundo o banco.

Fundado em 1922, o Banco da Província é o mais antigo do país e pertence à província de Buenos Aires.

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