
As duas integrantes da banda Pussy Riot deixaram ontem a prisão na Rússia criticando o presidente Vladimir Putin e sugerindo boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno, daqui a dois meses, em Sochi, na costa do mar Negro, ao Sul da Rússia.
Graças a uma anistia aprovada na semana passada pelo parlamento russo, Nadezhda Tolokonnikova, de 24 anos, e Maria Alyokhina, de 25, da banda punk feminista de Moscou, que foram libertadas. A Pussy Riot tem ao todo 11 membros.
Em 2012, ambas foram condenadas a dois anos de prisão por terem gravado um vídeo em que cantam contra Putin na Catedral Ortodoxa da capital russa. A outra integrante do grupo, Yekaterina Samutsevich, de 31 anos, estava em liberdade condicional.
As jovens foram condenadas pelos crimes de vandalismo e ódio religioso. O caso delas recebeu críticas da comunidade internacional, incluindo artistas, como Madonna, e entidades de direitos humanos, contra o governo de Vladimir Putin, acusado de reprimir a liberdade de expressão na Rússia.
Maria Alyokhina afirmou, ao ser libertada, que a anistia é "um truque de relações públicas". Já Tolokonnikova gritou "Rússia sem Putin" e lembrou que foi solta a poucos meses do fim de sua pena. "O que está acontecendo hoje é uma medida cosmética", afirmou.
Ela aproveitou então para defender um boicote de outros países aos Jogos Olímpicos de inverno, a ser realizado no seu país. "Estou pedindo por um boicote, por honestidade. Peço para não cederem por causa de fornecimento de petróleo e gás da Rússia", disse.
O evento esportivo de fevereiro é um dos principais fatores ligados à decisão das autoridades locais de liberar as jovens da banda punk.



