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A Rússia afirmou nesta segunda-feira (28) que prestará assistência militar à Coreia do Norte caso o regime de Kim Jong-un enfrente uma situação de necessidade. O anúncio foi feito pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que citou o tratado de assistência mútua assinado entre Moscou e Pyongyang em 2024. A declaração ocorre após o reconhecimento oficial da participação de soldados norte-coreanos na expulsão de tropas ucranianas da região russa de Kursk.
"Temos um tratado (de assistência mútua). Segundo esse tratado, as partes se comprometeram a fornecer assistência imediata em caso de necessidade", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, às agências de notícias russas.
Segundo Peskov, a participação de soldados norte-coreanos nos combates em Kursk provou a "eficácia desse tratado".
O ditador russo, Vladimir Putin, agradeceu nesta segunda à Coreia do Norte e ao seu líder, Kim Jong-un, pela “ajuda” na expulsão das tropas ucranianas de Kursk, cuja “libertação” Moscou proclamou no sábado (26).
"Prestamos homenagem ao heroísmo, ao alto nível de treinamento especial e à dedicação dos soldados norte-coreanos que, lado a lado com os combatentes russos, defenderam nossa pátria como se fosse a deles", declarou Putin em uma mensagem divulgada pela presidência russa.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, general Valery Gerasimov, informou a Putin no sábado que a operação para expulsar as tropas ucranianas de Kursk, onde estavam infiltradas desde agosto de 2024, havia sido concluída com sucesso.
"Gostaria de destacar a participação dos militares da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) na libertação das áreas fronteiriças da região de Kursk. Em conformidade com o Tratado de Associação Estratégica Integral entre nossos países, eles prestaram assistência significativa na derrota do agrupamento armado da Ucrânia", disse Gerasimov, reconhecendo oficialmente pela primeira vez o envolvimento das forças de Pyongyang nos combates em Kursk.
A Coreia do Norte também confirmou pela primeira vez nesta segunda-feira que enviou tropas para a Rússia para apoiar sua ofensiva contra a Ucrânia, sob o tratado de associação estratégica assinado com Moscou em junho de 2024.
A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA citou a Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores dizendo que soldados norte-coreanos participaram da retomada da região de Kursk, cumprindo uma ordem direta do líder Kim Jong-un.
A nota ecoa em grande parte a narrativa de propaganda do Kremlin, ao acusar a Ucrânia de invadir o território russo com o apoio de forças "imperialistas" ocidentais e descrever as tropas norte-coreanas como essenciais para a libertação da região e a "aniquilação das forças neonazistas".
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