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Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou sobre a hipótese de guerra com a OTAN durante coletiva diária de imprensa
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou sobre a hipótese de guerra com a OTAN durante coletiva diária de imprensa| Foto: EFE/EPA/PAVEL BEDNYAKOV/SPUTNIK/KREMLIN

O Kremlin classificou nesta terça-feira (27) como “inevitável” um conflito direto com a OTAN se os países da Aliança Atlântica enviarem tropas para a Ucrânia, como sugeriu nesta segunda (26) o presidente da França, Emmanuel Macron.

"Nesse caso, não estamos mais falando sobre a possibilidade, mas sobre o caráter inevitável (do conflito com a OTAN)", disse o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, durante sua coletiva de imprensa diária.

Segundo Peskov, os países da Aliança Atlântica devem “avaliar” se o conflito com a Rússia “corresponde aos seus interesses e aos interesses do seu povo”.

Macron afirmou ontem que “a derrota da Rússia é indispensável para a segurança e estabilidade da Europa”. Nesse sentido, acrescentou que, embora “hoje não haja consenso” para o envio de tropas terrestres, alertou que nada pode ser excluído no futuro e deu como exemplo que há dois anos ninguém pensava em enviar aviões de combate para a Ucrânia.

O presidente francês afirmou que, diante do aumento da agressividade russa, tanto em solo ucraniano como contra os demais aliados europeus, “não se pode esperar” para dar uma resposta e assumiu uma “ambiguidade medida” em relação ao envio de tropas.

O Kremlin assegura há meses que na Ucrânia não luta apenas contra o Exército do país vizinho, mas também contra a máquina de guerra da OTAN.

Em particular, o presidente russo, Vladimir Putin, acusa os Estados Unidos de prolongar artificialmente o conflito, fornecendo armas pesadas a Kiev, a fim de alcançar “a derrota estratégica da Rússia”.

Alemanha rechaça hipótese

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, garantiu nesta terça-feira (27) que não está sobre a mesa a possibilidade de enviar soldados europeus ou da OTAN para combater na Ucrânia.

Durante uma visita a Freiburg, no sul da Alemanha, Scholz destacou que há um consenso de que este princípio se manterá no futuro, depois do presidente da França, Emmanuel Macron, não ter excluído a possibilidade se necessário.

“O que tínhamos acordado em conjunto permanecerá em vigor no futuro, que não haja forças terrestres, que não haja soldados em solo ucraniano que tenham sido enviados por Estados europeus ou da OTAN”, afirmou um dia depois de participar em Paris na conferência sobre a Ucrânia onde Macron fez as declarações.

O chanceler alemão já tinha justificado nesta segunda-feira (26) sua renovada recusa em fornecer mísseis Taurus à Ucrânia com a importância de evitar o envolvimento ativo no conflito, uma vez que tais armas não podem ser manuseadas sem a participação de soldados alemães.

"A Alemanha é o país europeu que mais apoia militarmente a Ucrânia. Continuará a ser assim. Mas é claro que não nos tornaremos parte do conflito, nem direta nem indiretamente", escreveu Scholz na rede social X.

Vários chefes de governo, incluindo os de Hungria, Polônia e da República Tcheca, rechaçaram hoje a possibilidade de enviar os seus soldados para combater em Kiev.

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