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Guerra na Ucrânia

Rússia condena jornalistas a oito anos de prisão por notícias sobre massacre de Bucha

Ucranianos prestam homenagens aos mortos no massacre de Bucha em procissão em Kiev, em 1º de março (Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO)

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Um tribunal de Moscou condenou dois jornalistas russos que moram fora do país a oito anos e meio de prisão por notícias que publicaram sobre o massacre de civis em Bucha, ocorrido em março de 2022 na Ucrânia e que deixou 458 mortos.

O site investigativo IStories informou que o responsável e ex-editor-chefe da plataforma, Roman Anin, e a também jornalista Ekaterina Fomina foram acusados de publicar notícias “falsas” sobre o Exército russo, denúncia comum na Rússia contra qualquer pessoa que ouse questionar a invasão à Ucrânia.

Além das penas de oito anos e meio de prisão, ambos foram proibidos de manter blogs por três anos. A sentença para os dois jornalistas será calculada “a partir do momento de sua detenção ou deportação para a Federação Russa”.

Anin e Fomina foram denunciados pela publicação de três conteúdos do IStories sobre o massacre em Bucha: duas análises de notícias feitas por Anin no YouTube e uma investigação de Fomina sobre o assassinato de civis na cidade ucraniana, localizada na região de Kiev.

No Telegram, Fomina apontou inconsistências na acusação: a jornalista argumentou que não falou sobre a culpa dos militares russos nos assassinatos, apenas apontou que eles estavam na cidade quando as mortes ocorreram; erros na identificação de endereços citados na investigação da jornalista; e data falsa em documentos da última entrada da jornalista na Rússia.

Os nomes dos dois jornalistas já haviam sido incluídos na lista de procurados pelas autoridades russas em junho de 2024.

Na ocasião, Sharon Moshavi, presidente do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, na sigla em inglês), disse que o “jornalismo corajoso” de Anin e Fomina “lançou luz sobre a realidade da guerra, minando a propaganda do Kremlin”.

“O trabalho que eles fazem, entregando notícias independentes ao povo russo, é corajoso e vital”, acrescentou.

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