O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que a comissão que investiga acidentes aéreos na Rússia descartou “neste momento” a investigação sob regras internacionais da queda do avião que matou o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, na semana passada.
O Cenipa informou à agência Reuters que recebeu nesta terça-feira (29) uma resposta da comissão russa, que disse que não abriria por enquanto uma investigação sob o Anexo 13, um conjunto de regras internacionais para investigar esse tipo de acidente.
Devido ao fato de o voo ter sido doméstico, a Rússia não é obrigada a fazer a investigação seguindo parâmetros internacionais, mas especialistas apontam que isso seria necessário, porque o avião que caiu era da fabricante brasileira Embraer.
“Eles não são obrigados, apenas há a recomendação para fazer isso”, disse o chefe do Cenipa, o brigadeiro do ar Marcelo Moreno, à Reuters. “Mas se eles disserem que vão abrir a investigação e convidarem o Brasil, participaremos à distância.”
À Reuters, o consultor de segurança da aviação e ex-investigador John Cox lamentou que o Brasil não tenha sido convidado para ajudar na investigação. “Acho que isso prejudica a transparência da investigação russa”, afirmou.
O avião que transportava Yevgeny Prigozhin, que liderou um motim fracassado do Grupo Wagner no final de junho, caiu na região russa de Tver, matando os sete passageiros e três pilotos a bordo. Devido ao histórico do presidente Vladimir Putin de eliminar ex-aliados, especula-se que ele poderia ter ordenado a morte de Prigozhin, mas o Kremlin refutou essa acusação.
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