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Bloco da usina nuclear de Chernobyl: Serviço de Espionagem Exterior da Rússia afirma que a Ucrânia trabalhava no desenvolvimento de uma bomba atômica.
Bloco da usina nuclear de Chernobyl: Serviço de Espionagem Exterior da Rússia afirma que a Ucrânia trabalhava no desenvolvimento de uma bomba atômica.| Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK

A Rússia assumiu o controle das usinas nucleares de Chernobyl e Zaporizhzhia, ambas na Ucrânia, para "evitar provocações nucleares por Kiev", disse nesta quarta-feira (9) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

"Durante a operação especial das Forças Armadas russas (termo usado pela Rússia para definir a invasão da Ucrânia), foi estabelecido o controle das usinas nucleares de Chernobyl e Zaporizhzhia e territórios adjacentes", acrescentou a porta-voz, de acordo com a agência de notícias "Sputnik". "Este passo foi tomado unicamente para evitar que grupos nacionalistas ucranianos e outras organizações terroristas, bem como mercenários estrangeiros, aproveitassem a situação para realizar provocações nucleares", declarou Zakharova.

A porta-voz também disse que a situação nas usinas nucleares de Chernobyl e Zaporizhzhia está sendo monitorada conjuntamente por especialistas militares ucranianos e russos. "A atividade radioativa em ambas as estações está dentro dos limites normais", disse Zakharova, que insistiu que "a Rússia está fazendo todo o possível para garantir a segurança adequada" dessas instalações.

Horas antes destas declarações, a Companhia Nacional de Energia da Ucrânia, que administra Chernobyl, disse que a usina havia perdido energia devido aos ataques das tropas russas. "Como resultado de ações hostis dos ocupantes russos, a usina nuclear de Chernobyl estava completamente sem eletricidade", disse o operador ucraniano em mensagem no Telegram.

"Os combates continuam, e portanto, atualmente, é impossível realizar trabalhos de reparo e restaurar o fornecimento de energia", acrescentou a empresa estatal.

Zaporizhzhia é a maior usina nuclear da Europa, e a antiga usina nuclear de Chernobyl, localizada em uma zona de exclusão radioativa devido ao grave acidente de 1986, inclui reatores desativados, bem como instalações de resíduos radioativos.

Usinas sem eletricidade

Os geradores de eletricidade que abastecem a usina nuclear de Chernobyl têm uma capacidade de reserva de cerca de 48 horas e, após esse tempo, seus sistemas de resfriamento serão desligados, advertiu nesta quarta o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dymitro Kuleba.

Ele alertou sobre a situação perigosa da antiga usina, que, segundo o operador de eletricidade que a abastece, ficou "completamente sem eletricidade" devido à ocupação russa, o que poderia levar a vazamentos radioativos.

"Os geradores a diesel de reserva têm uma capacidade de 48 horas para alimentar a usina nuclear de Chernobyl. Depois disso, os sistemas de resfriamento da instalação de armazenamento de combustível nuclear usado vão parar, tornando iminentes os vazamentos de radiação", escreveu Kuleba no Twitter. "A guerra bárbara de Putin põe em perigo toda a Europa - deve ser interrompida imediatamente!" acrescentou.

Kuleba disse que a única rede de energia elétrica que abastecia a usina nuclear e todas as suas instalações nucleares ocupadas pelo exército russo foi danificada. A usina "perdeu todo o fornecimento de energia. Exorto a comunidade internacional a exigir urgentemente que a Rússia cesse o fogo e permita que as unidades de reparo restaurem o fornecimento de energia", reiterou.

Antes dessas declarações, a Companhia Nacional de Energia Ukrenergo, que administra Chernobyl, alegou que a usina havia tido o serviço de energia cortado devido a ataques das tropas russas. "Como resultado de ações hostis dos ocupantes russos, a usina nuclear de Chernobyl estava completamente sem eletricidade", disse o operador ucraniano em uma mensagem no Telegram.

Ontem, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a agência nuclear da ONU, Rafael Grossi, manifestou preocupação com o estresse e o cansaço dos funcionários das antigas instalações, que trabalham sem pausa desde 24 de fevereiro, quando começou a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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