
China e Rússia assinaram ontem um acordo de 400 bilhões de dólares para fornecimento de gás. O trato assegura ao maior consumidor de energia do mundo uma fonte mais limpa e abre um novo mercado para Moscou, que está sob risco de perder clientes europeus por causa da crise na Ucrânia.
O aguardado acordo é um trunfo político para o presidente russo, Vladimir Putin, que está em busca de parceiros na Ásia, enquanto Europa e Estados buscam seu isolamento depois que Moscou anexou a península da Crimeia, na Ucrânia.
Do ponto de vista comercial, os resultados dependem dos preços e de outros termos não revelados do contrato, que levou mais de uma década para ser fechado. "Este é o maior contrato da história do setor de gás da ex-União Soviética", disse Putin, após a assinatura do acordo entre as estatais Gazprom e China National Petroleum Corp (CNPC).
"Quero salientar que um árduo trabalho foi feito pelos especialistas. Nossos amigos chineses são negociadores difíceis", disse ele, ressaltando que as negociações se estenderam até as 4 horas da manhã.
O presidente da Gazprom, Alexei Miller, não quis falar sobre os valores em que o acordo foi fechado, mas fontes de companhias envolvidas disseram que a Gazprom recusou valor abaixo de 350 dólares por mil metros cúbicos. Isso se comprara com o intervalo de preços entre US$ 350 e US$ 380 que a maior parte dos europeus paga em contratos de longo prazo assinados nos últimos dois anos.



