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Sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York: países não chegam a consenso após meses de discussões sobre a situação no Oriente Médio
Sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York: países não chegam a consenso após meses de discussões sobre a situação no Oriente Médio| Foto: EFE/EPA/SARAH YENESEL

Rússia e China vetaram nesta sexta-feira (22) a primeira resolução do Conselho de Segurança da ONU em que os Estados Unidos pediam um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, após quase seis meses de guerra.

A resolução também foi rejeitada pela Argélia, enquanto a Guiana se absteve e os outros 11 países votaram a favor. Nove votos favoráveis ​​são suficientes para aprovar uma resolução, mas os votos negativos de dois países com direito de veto (neste caso, Rússia e China) impediram sua aprovação.

É a quarta vez que uma resolução neste sentido é vetada por um Estado-membro; nas três ocasiões anteriores foram os Estados Unidos que a vetaram, argumentando nesses casos que os textos não reconheciam o direito de Israel de se defender e permitiam o rearmamento e a reorganização do Hamas.

A resolução, que tinha sido negociada durante um mês e exigiu pelo menos seis rascunhos, foi rejeitada por seu vocabulário, uma vez que, nas palavras do embaixador russo Vasily Nebenzya antes da votação, se considerou que não pedia claramente um cessar-fogo, mas limitou-se a considerar imperativo um cessar-fogo imediato e sustentado para proteger os civis de ambos os lados.

Nebenzya disse que a resolução apresentada pelos EUA era "uma iniciativa hipócrita destinada a desorientar a comunidade internacional", lamentando a rejeição das propostas russas de alteração do texto anteriores. Para ele, o projeto de resolução "representa um sinal verde para Israel levar a cabo uma operação militar em Rafah”.

Já o embaixador da Argélia, Amar Bendjama, disse que sua rejeição não representa apenas o seu país, mas "todo o mundo árabe", e ressaltou que o texto da resolução dos EUA "não transmite uma mensagem clara de paz".

O embaixador chinês, Zhang Jun, também considerou o texto votado hoje “ambíguo”, porque pede “claramente” um cessar-fogo e porque “se afasta do consenso dos membros do Conselho e está longe das expectativas do comunidade internacional”, além de conter condições para este cessar-fogo.

Outra resolução com uma linguagem mais clara sobre o cessar-fogo está sendo negociada em paralelo no Conselho de Segurança e, embora a Rússia e a China tenham afirmado que apoiarão essa outra resolução, resta saber qual será a posição dos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, Washington patrocina outras negociações indiretas em Doha (Catar) entre o Hamas e Israel visando uma troca de prisioneiros entre as duas partes e uma eventual trégua.

Sexta viagem de Blinken ao Oriente Médio

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou nesta sexta-feira (22) a Israel, em uma escala improvisada da sua sexta viagem ao Oriente Médio desde o início da guerra na Faixa de Gaza, com a intenção de promover um acordo de trégua e a entrada de mais ajuda humanitária no enclave.

O chefe da diplomacia americana desembarcou pouco depois das 10h30 (hora local, 5h30 de Brasília) no aeroporto de Tel Aviv, cidade onde planeja reunir-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros altos funcionários do governo israelense e do gabinete de guerra.

Israel é a última parada deste novo périplo regional, que desta vez o levou à Arábia Saudita na quarta-feira (20) e ao Egito nesta quinta-feira (21), onde reiterou seu apelo por um cessar-fogo e deu esperança sobre um eventual acordo de normalização entre Israel e o reino saudita.

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