A Rússia continua a recrutar à força residentes das áreas que ocupou na Ucrânia, para depois obrigá-los a lutar com o Exército russo contra as forças armadas ucranianas, denunciou a Human Rights Watch (HRW) nesta quarta-feira (20), em Kiev.
"As autoridades russas estão forçando aberta e ilegalmente os homens dos territórios ocupados da Ucrânia a lutar contra seu próprio país", declarou Hugh Williamson, diretor da organização humanitária para a Europa e a Ásia Central.
Williamson disse que os ocupantes russos também estão pressionando civis detidos nas áreas ocupadas da Ucrânia a se juntarem às fileiras do Exército do Kremlin, de acordo com um comunicado emitido pela HRW, que classifica ambas as práticas como crimes de guerra.
A organização disse ter entrevistado por telefone três homens em prisão preventiva na parte ocupada pela Rússia da região de Donetsk, no leste da Ucrânia. "Os três disseram que foram detidos lá desde antes da invasão em grande escala russa em fevereiro de 2022, e que oficiais das forças da chamada República Popular de Donetsk tentaram pressioná-los por meio de intimidação, ameaças e propaganda", cita o comunicado.
O advogado dos três detidos afirma ter conhecimento de "pelo menos 11 casos semelhantes", acrescenta a HRW.
Um dos detentos alega maus-tratos em retaliação à sua recusa em se alistar, enquanto outro diz ter conhecimento de outros detentos que foram enviados para lutar sem experiência nem treinamento.
De acordo com o advogado dos detentos, as autoridades de ocupação russas comparecem aos centros de detenção com formulários de alistamento. As más condições de detenção, explicaram os entrevistados, são um incentivo para que muitos detentos aceitem.
As autoridades ucranianas têm denunciado repetidamente que a Rússia coage os residentes das áreas que ocupa na Ucrânia a lutar por Moscou contra o Exército de Kiev.
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