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Imagem de arquivo da emissora de televisão Al Iraqiya mostra Saddam Hussein pouco antes de ser enforcado em Bagdá | Al Iraqiya / Reuters
Imagem de arquivo da emissora de televisão Al Iraqiya mostra Saddam Hussein pouco antes de ser enforcado em Bagdá| Foto: Al Iraqiya / Reuters

Antes de ser enforcado, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein disse a um interrogador do FBI ter permitido que o mundo acreditasse que o Iraque tinha armas de destruição em massa por estar preocupado em parecer fraco diante do Irã, de acordo com relatórios de interrogatórios divulgados nesta quarta-feira (1º). O ex-presidente do Iraque também chamou Osama Bin Laden de "fanático" e disse que não tinha qualquer acordo com a Al-Qaeda, segundo reportagem publicada pelo "Washington Post" desta quinta-feira (2).

Saddam Hussein disse que se sentia tão vulnerável à visível ameaça que os líderes "fanáticos" em Teerã representavam que ele teria preparado buscar um "acordo de segurança com os Estados Unidos para proteger o Iraque de ameaças regionais".

O ex-presidente dos EUA George W. Bush ordenou a invasão do Iraque há seis anos, sob a justificativa de que Saddam Hussein escondia armas de destruição em massa no país, o que representava uma ameaça à segurança dos EUA. Funcionários do governo da época também afirmavam que o Iraque tinha vínculo significativo com a Al-Qaeda, organização terrorista responsável pelos ataques de 11 de setembro ao World Trade Center.

O ex-presidente iraquiano, que geralmente era provocador e debochado em seus depoimentos, em certo momento reconheceu que deveria ter permitido que a Organização das Nações Unidas (ONU) testemunhasse a destruição das armas iraquianas após a Guerra do Golfo, em 1991.

Os relatórios das entrevistas feitas pelo FBI - 20 interrogatórios formais e cinco conversas casuais" em 2004 - foram obtidos graças ao Ato de Liberdade de Expressão do Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, um instituto de pesquisa independente. O material foi disponibilizado nesta quarta no site da instituição.

Thomas S. Blanton, diretor dos arquivos, disse que não poderia conceber motivo de segurança que justificasse manter as conversas de Saddam com o FBI sob sigilo.

Os 20 interrogatórios formais aconteceram entre 7 de fevereiro e 1º de maio, seguidas de conversas casuais nos dias 10 de maio e 28 de junho. Pouco depois o ex-ditador foi entregue ao Iraque, onde foi enforcado em dezembro de 2006.

Os relatórios dos depoimentos formais abordam temas como a ascensão do líder ao poder, a invasão do Kuwait. As armas de destruição em massa foram comentadas apenas nas conversas casuais.

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