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O candidato conservador à presidência francesa, Nicolas Sarkozy, disse que vai querer lembrar mais da América Latina se for eleito, principalmente para ter mais relações econômicas. Ele admite, porém, que do ponto de vista de ajuda ao desenvolvimento, suas preferências são a África e o Mediterrâneo.

Essa idéia foi passada nesta segunda-feira (26) pelo porta-voz para assuntos internacionais de Sarkozy, o deputado da UMP Axel Poniatowski, em um encontro organizado pela Associação da Imprensa Latino-Americana em Paris.

Poniatowski falou do conceito sobre América Latina de Sarkozy, o candidato mais bem situado nas diferentes pesquisas de intenção de voto, quatro semanas antes do primeiro turno das eleições na França.

O porta-voz admitiu que a vinculação da França com a América Latina, apesar de laços históricos e culturais, não é a mesma que com países africanos ou da bacia mediterrânea, onde exerce maior influência e cujos imigrantes chegam em maior número.

Também disse que ignora possíveis viagens de Sarkozy à região latino-americana se este for eleito.

O porta-voz elogiou os avanços da democracia na América Latina, mas diferenciou a evolução de países como o Brasil, com um sistema plenamente democrático, da corrente "populista" de outros como Bolívia e Venezuela.

Sobre a Venezuela, governada por Hugo Chávez, disse que sua evolução é "um motivo de preocupação".

Diante das perguntas de jornalistas latino-americanos, Poniatowski repassou a realidade de vários países da região, como Cuba, sobre o qual afirmou que lamenta que "não saia da ditadura, principalmente devido às difíceis condições de vida que causa ao povo".

"Queremos que (Cuba) saia o mais rápido possível dessa situação, pela via democrática impulsionada a partir de dentro", disse.

Sobre Brasil, Argentina e México, disse que há muitos interesses em comum e uma forte vontade de desenvolver a economia.

Abordou outros assuntos de interesse, como o muro fronteiriço entre EUA e México, que qualificou de "decisão infeliz" do Governo de Washington, porque "há outros modos de tratar a imigração".

Em relação ao Brasil, mostrou-se partidário de que o país tenha uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, mas, em uma primeira fase, sem direito a veto.

O porta-voz expressou também seu apoio às iniciativas de paz do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, em quem disse ver "uma verdadeira vontade de tramitar a situação", mas descartou a hipótese de a França ajudar do ponto de vista militar.

Um dos elementos de preocupação na América Latina é o futuro das negociações de liberalização comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC) e, principalmente, as subvenções agrícolas.

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