O presidente da França, Nicolas Sarkozy, prometeu "audácia" para conduzir sua política de "ruptura" ao lançar nesta quarta-feira o primeiro grande projeto de lei econômica de seu governo, com o objetivo de produzir um "choque de confiança" para dinamizar a economia.
"Mudarei tudo o que prometi mudar", garantiu Sarkozy em discurso diante dos parlamentares de sua União por um Movimento Popular (UMP, direita) no palácio presidencial do Eliseu, durante o qual ele também afirmou que "assumirá suas responsabilidades". O objetivo é "levantar todos os obstáculos ao crescimento".
Sarkozy definiu seu plano econômico e social para a França, dos equilíbrios orçamentários às franquias médicas passando pelas pré-aposentadorias que devem "desaparecer".
Ele insistiu na idéia de "experimentar" uma "TVA social", o imposto sobre o consumo, como na Alemanha ou na Dinamarca.
O pacote fiscal de Sarkozy havia sido aprovado mais cedo pelo novo governo do primeiro-ministro François Fillon, nomeado terça-feira, no qual Christine Lagarde assumiu o comando do ministério da Economia, um fato sem precedentes para uma mulher.
Sarkozy defendeu sua política de "abertura", num momento em que personalidades de esquerda ou do centro se juntaram à nova equipe de 32 membros.
"Não se faz grandes reformas com uma pequena equipe", sentenciou o presidente francês, defendendo uma "revolução das mentalidades". "Não há caminho mais certo para o declínio que o conservadorismo", afirmou Sarkozy, para quem "não há outra escolha possível que a audácia e a verdade".
O projeto econômico aprovado pelo governo "em favor do trabalho, do emprego e do poder aquisitivo" será examinado pelo Parlamento daqui a algumas semanas.
A oposição denunciou um projeto ultraliberal e "presentes fiscais" aos mais ricos sem garantias de benefícios econômicos para o país, apesar de um custo de cerca de 11 bilhões de euros. O governo pretende financiar este projeto economizando sobre "os gastos excessivos" do Estado.
O texto inclui uma série de medidas de isenções e abatimentos fiscais nas horas de trabalho suplementares, nos direitos de sucessão, nos juros do empréstimo para a compra de uma casa própria ou no imposto sobre a fortuna.
"Quero conduzir uma outra política para responder ao desafio da globalização", baseada na reabilitação do "trabalho" e do "mérito", declarou Sarkozy.



