Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
França

Sarkozy reúne sindicalistas para discutir reforma trabalhista

Os sindicalistas foram recebidos por Sarkozy no Palácio do Eliseu, mas deixaram claro que não têm interesse em acelerar a adoção do acordo durante a campanha eleitoral

O presidente francês Nicolas Sarkozy comparece à reunião com representantes de sindicatos durante a "cúpula de crise social" no Palácio do Eliseu, em Paris. Sarkozy irá pressionar líderes sindicalistas a aceitar a reforma na legislação trabalhista, que prometem soluções rápidas para o desemprego, em busca da reeleição | REUTERS/Lionel Bonaventure/Pool
O presidente francês Nicolas Sarkozy comparece à reunião com representantes de sindicatos durante a "cúpula de crise social" no Palácio do Eliseu, em Paris. Sarkozy irá pressionar líderes sindicalistas a aceitar a reforma na legislação trabalhista, que prometem soluções rápidas para o desemprego, em busca da reeleição (Foto: REUTERS/Lionel Bonaventure/Pool)

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu nesta quarta-feira a colaboração dos sindicalistas para preparar reformas trabalhistas durante uma "cúpula de crise social" convocada por ele a três meses das eleições presidenciais no país.

Os sindicalistas foram recebidos por Sarkozy no Palácio do Eliseu, mas deixaram claro que não têm interesse em acelerar a adoção do acordo durante a campanha eleitoral, embora queiram avanços em questões como formação profissional ou redução de jornadas e salários em épocas de crise.

"Tenho 15 propostas concretas a fazer a respeito de medidas para formação, empregos, desemprego e emprego em período parcial", disse o presidente do sindicato Force Ouvrière, Jean-Claude Mailly.

"Quanto ao resto, não vou da minha parte endossar ideias que sejam economicamente perigosas e socialmente perigosas", acrescentou.

A França acaba de perder sua nota de crédito AAA, e está à beira de uma recessão. Nesse cenário, Sarkozy diz que a "cúpula da crise social", reunindo patrões e empregados, seria uma oportunidade de enfrentar o desemprego elevado.

Mas a proximidade das eleições dificulta a possibilidade de uma discussão franca em áreas nas quais economistas dizem que poderia haver reformas, como as restritivas leis trabalhistas, a jornada semanal de 35 horas e o papel dos sindicatos nas negociações salariais.

"Não vamos a essa cúpula para negociar reformas estruturais", disse o dirigente da central CFDT, Laurent Berger, ao jornal Le Figaro, antes da reunião de quarta-feira. "Três meses antes de uma eleição presidencial não é hora de tomar medidas impulsivas."

Os sindicalistas se opõem principalmente às propostas do governo de elevar as alíquotas do IVA (imposto sobre valor agregado) e desonerar a folha de pagamentos. O jornal econômicos Les Echos disse nesta quarta-feira que o governo deve, mesmo sem o aval dos sindicatos, elevar a alíquota do IVA em 2 pontos percentuais.

Sarkozy chega ao final do mandato com o desemprego próximo do seu maior índice em 12 anos, e estatísticos do governo dizem que a economia atravessa atualmente uma recessão que deve ser curta e branda.

Na semana passada, a agência de rating Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da França de AAA para AA+, por causa da "rigidez do mercado de trabalho".

Sarkozy ainda não anunciou oficialmente se será candidato à reeleição, e as pesquisas mostram que ele correria o sério risco de ser derrotado nas urnas.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.