• Carregando...
Duas das quatro capas da revista Time em homenagem aos escolhidos como “Pessoa do Ano” 2018: à esquerda o jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi, e à direita a equipe do jornal Capital Gazette | MOISES SAMAN/AFP
Duas das quatro capas da revista Time em homenagem aos escolhidos como “Pessoa do Ano” 2018: à esquerda o jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi, e à direita a equipe do jornal Capital Gazette| Foto: MOISES SAMAN/AFP

Em um ano em que a liberdade de imprensa esteve sob os holofotes não só em regimes autoritários, mas em democracias como os Estados Unidos, o jornalismo foi escolhido como personalidade do ano pela revista americana Time.

Foram quatro exemplos que serviram como um recado da publicação sobre a importância de incentivar o jornalismo investigativo, em um mundo em que todas as notícias negativas sobre governos e autoridades são tachadas de "fake news".

A distinção foi dada ao jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto ao entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul em outubro, em um crime que a CIA (agência de inteligência dos EUA) acredita que teve como objetivo silenciar o repórter, crítico ao regime saudita.

"É a primeira vez que escolhemos alguém que não está mais vivo como personalidade do ano, mas é também muito raro que a influência de uma pessoa cresça tão imensamente após a morte", afirmou  o editor-executivo da revista Time, Edward Felsenthal.

A personalidade do ano também foi Maria Ressa, editora do site de notícias filipino Rappler, que faz cobertura crítica das políticas violentas e controversas do presidente Rodrigo Duterte.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo, repórteres da agência Reuters que foram presos em Mianmar ao investigar um massacre de muçulmanos, também estão no grupo.

Por fim, o jornal Capital Gazette, de Annapolis (EUA), alvo de um atentado após um atirador abrir fogo na redação, matando quatro repórteres e um assistente de vendas.

“Quando olhamos para as escolhas, ficou claro que a manipulação e o abuso da verdade são realmente o fio condutor em muitas das principais reportagens deste ano, da Rússia a Riad e ao Vale do Silício”, disse Felsenthal.

A lista de indicados incluía o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o procurador americano Robert Mueller, que está investigando a interferência russa nas eleições americanas de 2016. Também incluiu as mais de 2.000 famílias de imigrantes separadas na fronteira dos EUA; o presidente russo Vladimir Putin; o diretor de “Pantera Negra”, Ryan Coogler; Christine Blasey Ford, professora de psicologia da Califórnia, que alegou ter sido agredida sexualmente pelo ministro do Supremo Tribunal Brett M. Kavanaugh quando eles eram estudantes do ensino médio; os ativistas da “Marcha por Nossas Vidas”, que lutam por reformas de controle de armas nos EUA; e presidente sul-coreano Moon Jae-in; e a ex-atriz que passou a fazer parte da família real, Meghan Markle. 

Foi o segundo ano consecutivo que a Time nomeou um grupo em vez de uma única pessoa para a honraria. No ano passado, a Time reconheceu as mulheres (e alguns homens) que apresentaram histórias de assédio e agressão sexual, consolidando o movimento #MeToo nos EUA.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]