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Ucrânia

Separatistas mentiram para atrair apoio russo, diz ONU

Relatório aponta que, apesar de terem ocorrido ataques contra a comunidade étnica russa, eles não foram sistemáticos nem disseminados

Manifestantes pró-Rússia constroem barricada em frente a uma base aérea em Kramatorsk, cidade do leste da Ucrânia | Marko Djurica/Reuters
Manifestantes pró-Rússia constroem barricada em frente a uma base aérea em Kramatorsk, cidade do leste da Ucrânia (Foto: Marko Djurica/Reuters)

Habitantes russófonos do leste da Ucrânia mentiram ao se dizerem sob ataque, na tentativa de justificar um envolvimento da Rússia na atual crise, disse um relatório de direitos humanos da ONU divulgado ontem.

"Apesar de terem ocorrido alguns ataques contra a comunidade étnica russa, eles não foram nem sistemáticos nem disseminados", disse o relatório, preparado com base em duas visitas do secretário-geral-assistente da ONU para direitos humanos, Ivan Simonovic.

"Fotos dos protestos do Maidan, histórias amplamente exageradas de assédio a russos étnicos por extremistas nacionalistas ucranianos e relatos mal-informados de que eles estariam chegando armados para perseguir os russos étnicos da Crimeia foram sistematicamente usados para criar um clima de medo e insegurança que se refletisse no apoio à integração da Crimeia à Federação Russa", disse o texto.

Ódio

O relatório, que analisa os fatos ocorridos até 2 de abril, pede um esforço urgente pela manutenção do Estado de direito, do respeito aos direitos humanos e contra o chamado "discurso do ódio" – seja a retórica nacionalista ou a defesa da violência étnica ou religiosa.

O texto diz ainda que um grupo direitista chamado Setor Direito, que participou dos protestos do Maidan em Kiev, havia causado preocupação à minoria russófona.

Houve vários relatos de agressões do Setor Direito contra adversários políticos ou representantes do partido que foi deposto do poder no Maidan, afirmou o relatório, que pede investigações sobre o suposto envolvimento desse grupo na morte de agentes do Estado.

Governo lança operação para conter milícias

Reuters

Forças ucranianas lançaram ontem uma "operação especial" contra milícias separatistas no leste da Ucrânia. Apesar da chegada de tropas por via aérea, a ação foi limitada.

Soldados desembarcaram de dois helicópteros em um campo aéreo em Kramatorsk, onde mais cedo repórteres ouviram disparos que pareciam ter o objetivo de impedir o pouso de um avião da Força Aérea. As tropas voltaram atrás depois de serem recebidas com hostilidade por civis locais reunidos em uma barricada quando tentaram deixar o complexo.

O presidente interino, Olek­­­­­­sander Turchinov, decla­­rou vitória ao dizer que a base aérea foi "liberada".

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