
Candidata à Vice-Presidência dos Estados Unidos em 2008 compondo chapa com o republicano moderado John McCain , Sarah Palin tornou-se conhecida nacional e internacionalmente. Polêmica, ultraconservadora e um fenômeno da mídia e das redes sociais, como o Twitter, ela já desponta como um dos prováveis nomes à corrida presidencial de 2012. Agora, a dúvida dos especialistas é se Sarah realmente terá forças para vencer as prévias do partido e chegar à peleja final com Barack Obama que deve disputar a reeleição pelo Partido Democrata.
"Acho Sarah Palin um nome bem interessante. Ela foi muito bem nas eleições de 2008 e acabou se revelando uma candidata realmente conservadora e que fala coisas que outros conservadores não têm coragem de falar", analisa Ricardo Caldas, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB). Para ele, no momento não há nenhum outro candidato que seja consenso no partido, capaz de unir a ala esquerda mais moderada à direita mais conservadora.
Moisés Marques, coordenador do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina (Fasm), vai além e diz acreditar que Palin tenha reais condições de vencer as prévias republicanas e chegar à disputa direta com Obama em 2012. "Ela traz algo novo para o cenário político. É jovem e vem de um estado fora do eixo central da política norte-americana. Isso traz uma novidade sim e os republicanos devem apostar muito nisso", afirma. "Além de jovem, ela tem a facilidade de comunicação necessária, por isso, acho que eles vão apostar tudo no nome dela", diz Marques.
Ricardo Costa de Oliveira, professor de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), admite que há muitos pontos positivos em torno dela, mas pede atenção ao fato de que Palin representa o setor mais extremado do Partido Republicano ela é uma espécie de madrinha e ícone do movimento ultraconservador recém-surgido conhecido como Tea Party e por isso deve enfrentar uma grande rejeição dentro do partido. "Resta saber até que ponto o Partido Republicano está disposto a apostar todas as fichas nela", pondera Oliveira.
Chances republicanas
Tirando a questão da aceitabilidade de Sarah Palin dentro do próprio partido, os três especialistas possuem a mesma opinião sobre as chances dos republicanos em 2012. "Tudo dependerá do contexto econômico do país às vésperas do pleito", avalia Moisés Marques. "Sem dúvida a questão decisiva repousará sobre a recuperação econômica norte-americana. A retomada dos níveis de emprego e do crédito e o reaquecimento da economia deverão impactar fortemente no resultado final das eleições", analisa Ricardo Costa de Oliveira.
"E os ventos estão contra Obama, já que a recuperação econômica não está satisfazendo nem um pouco os americanos", diz Ricardo Caldas.
Barreiras
Ainda é cedo para se ter certeza se Sarah Palin será ou não a candidata dos republicanos à disputa presidencial de 2012. Ainda que não sejam tão evidentes, não dá para ignorar os outros nomes no partido. "O próprio Jeb Bush [irmão de George W. Bush e ex-governador da Flórida] é por vezes um nome considerado, porque é um político da família Bush, alguém que conhece por dentro a máquina republicana e que contaria com o apoio do irmão, do pai e de toda a rede política que eles possuem", destaca Oliveira.
Mas outros fatores pesam contra Palin. "Além de ela não ter sido uma governadora brilhante no Alasca, não podemos esquecer que o eleitor americano republicano é extremamente conservador. E ela fez, por exemplo, grandes discursos defendendo o valor da família, à contrariedade ao aborto e outros temas de alcance moral. Depois de tudo isso, a filha dela de 17 anos engravidou", ironiza Marques.
Para o professor da Fasm, tudo isso é pesado pelo eleitor na hora do voto. "Todas as polêmicas e folclores em torno dela devem ressurgir no momento mais decisivo da disputa", pondera.



