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Violência

Série de atentados mata 95 e fere 500 em Bagdá

Ação de insurgentes levanta dúvidas sobre a capacidade do governo iraquiano de garantir a segurança após retirada das tropas do EUA

Cenário de guerra: explosão de carro-bomba em local próximo à sede do Ministério das Finanças, no norte de Bagdá, matou pelo menos 28 e destruiu pontes, edifícios e veículos | Ahmad Al-Rubaye/AFP
Cenário de guerra: explosão de carro-bomba em local próximo à sede do Ministério das Finanças, no norte de Bagdá, matou pelo menos 28 e destruiu pontes, edifícios e veículos (Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP)
Veja que Bagdá vive pior dia de violência depois da saída das tropas norte-americanas |

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Veja que Bagdá vive pior dia de violência depois da saída das tropas norte-americanas

Bagdá - Ao menos 95 pessoas morreram e cerca de 500 ficaram feridas ontem em ataques a bomba em série, aparentemente coordenados, em Bagdá, o maior deles próximo à Zona Verde, a região mais protegida da capital iraquiana. A ação não teve autoria reivindicada, mas foi atribuída pelo governo a insurgentes sunitas ligados à Al-Qaeda.

A ação, a mais grave no país em ao menos um ano e meio, ocorre sete semanas após os EUA repassarem a responsabilidade pelas patrulhas nas ruas iraquianas a Bagdá e levantam dúvidas sobre a capacidade das forças de segurança locais de promover a segurança no país.

A transferência de responsabilidade integra o plano acertado no ano passado entre Estados Unidos e Ira­­que que prevê a saída americana definitiva do país até o fim de 2011. O premiê Nuri al Maliki pe­­la primeira vez reconheceu possíveis falhas dos agentes locais em assegurar a segurança no país.

No maior dos ataques de on­­tem, um caminhão-bomba ex­­plodiu em frente ao prédio do Mi­­nistério das Relações Exte­­rio­­res iraquiano, matando ao me­­nos 59 pessoas e ferindo outras 250, segundo fontes médicas e de segurança, e espalhando destroços das barreiras de concreto de proteção na região.

O prédio, de dez andares, está localizado ao lado da Zona Verde, cuja guarda havia sido também transferida aos iraquianas no dia 1.º de janeiro. Segundo relatos, a explosão estilhaçou as janelas e tisnou a fachada da Chancelaria, além de estremecer a sede do Par­­lamento do Iraque, já na zona contígua.

Apenas alguns minutos antes, outro caminhão-bomba ex­­plo­­dira em local próximo ao Mi­­nistério das Finanças, deixando ao menos 28 mortos e 117 feridos, ainda segundo fontes médicas e de segurança.

Completaram as ações terroristas explosões em áreas co­­merciais nos distritos de Bab al Muadham, com seis mortos e 24 feridos, e de Baiyaa, com outros dois mortos e 16 feridos.

Além disso, houve relatos de disparos de morteiros em direção à Zona Verde. Um dos disparos teria atingido local próximo à sede da ONU, justamente no sexto aniversário do atentado que matou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, então enviado das Nações Uni­­das ao Iraque, e outras 21 pessoas.

Sinal de alerta

O premiê iraquiano, um xiita, responsabilizou militantes sunitas fieis ao ditador Sad­­dam Hussein – deposto em 2003 e executado três anos mais tarde – e ligados à rede terrorista Al-Qaeda no país. Maliki disse que o governo reavaliará as medidas de se­­gurança adotadas.

Os atentados em série são um revés para o governo iraquiano, que tenta transmitir à população um sentimento de retorno à normalidadwe no país após seis anos de ocupação americana e dar provas de ter condições de garantir a segurança e dar continuidade à queda da violência, verificada no país desde 2007.

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