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Sindicatos franceses convocaram uma nova greve contra o impopular projeto de reforma previdenciária, depois de o presidente Nicolas Sarkozy declarar nesta quarta-feira que não recuará da proposta de aumento da idade de aposentadoria.

Depois das enormes manifestações e paralisações que atrapalharam o tráfego aéreo e ferroviário na terça-feira, os sindicatos convocaram novas ações para o dia 23.

Horas antes, Sarkozy anunciou que o governo faria algumas emendas na reforma, mas mantendo a elevação na idade mínima de aposentadoria, de 60 para 62 anos. "Está fora de questão recuar nisso", disse Sarkozy. "Trabalhar um pouco mais é o caminho mais razoável."

Funcionários do Palácio do Eliseu disseram que Sarkozy já esperava a reação negativa ao projeto, que também eleva de 65 para 67 anos a idade para a aposentadoria com salário integral. A meta da reforma é equilibrar as contas da previdência a partir de 2018.

Os ajustes devem contemplar trabalhadores em funções fisicamente desgastantes, ou que começaram a trabalhar muito cedo na vida, ou que estão vinculadas a diferentes planos previdenciários.

Como o governo pretende aprovar a reforma antes do final de outubro, os sindicatos têm pouco tempo para manobrar.

"O anúncio do presidente não altera a natureza injusta e inaceitável da reforma proposta", disse nota divulgada pelos principais sindicatos.

Os sindicatos dizem ter mobilizado de 2,5 a 2,7 milhões de pessoas em mais de cem cidades na terça-feira. A cifra oficial é de 1,12 milhão de pessoas. Seja como for, foi uma adesão significativamente maior do que em protestos anteriores.

As manifestações e as paralisações reduziram à metade o serviço ferroviário, prejudicaram o funcionamento do metrô de Paris e levaram ao cancelamento de um quarto dos voos em aeroportos de Paris.

O governo diz que, sem as reformas, a previdência acumularia déficits anuais de 100 bilhões de euros (128 bilhões de dólares) até 2050.

Pesquisas mostram que dois terços dos eleitores consideram a reforma injusta, mas que dois terços consideram que as greves não conseguirão impedir as mudanças.

"Está fora de questão deixar qualquer um distorcer a reforma, já que isso ameaçaria o reequilíbrio das nossas pensões", disse Sarkozy.

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