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Ondas de fumaça após um ataque aéreo contra Ghouta Oriental, região próxima a capital de Damasco | AMMAR SULEIMAN/AFP
Ondas de fumaça após um ataque aéreo contra Ghouta Oriental, região próxima a capital de Damasco| Foto: AMMAR SULEIMAN/AFP

Horas após o Conselho de Segurança da ONU aprovar um cessar-fogo na Síria, pelo menos sete pessoas morreram neste domingo (25) nos bombardeios feitos pelas forças leais ao ditador Bashar al-Assad contra o enclave rebelde de Ghouta Oriental, que fica próximo da capital Damasco.  

Entre os mortos estavam duas crianças, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Desde o início dos ataques contra a região no último domingo (18), 519 civis já foram mortos, sendo 127 crianças, e mais de 2.400 ficaram feridas.  

A resolução aprovada pelas Nações Unidas não estabeleceu uma data para a trégua entrar em vigor. Logo após a votação, o embaixador russo, Vassily Nebenzia, disse que não era possível esperar um cessar-fogo imediato.  

Leia mais: Mais de 400 pessoas morrem enquanto o mundo assiste sem fazer nada

Ele afirmou ainda que para a trégua funcionar, os rebeldes também precisam interromper as hostilidades.  

Moscou é um dos principais aliados de Assad dentro da guerra civil que assola o país desde 2011.  

Por isso, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron telefonaram neste domingo para o russo Vladimir Putin e pediram que ele pressione o governo sírio a cumprir a trégua e permitir a entrada de ajuda humanitária na região. 

Ativistas dizem que aviões e helicópteros russos estão sendo usados no bombardeio contra Ghouta Oriental, (região formada por uma série de cidades-satélites e fazendas a leste de Damasco), que está sob cerco das forças oficiais desde 2013, quando Assad foi acusado de usar gás sarin em um ataque ao local, matando cerca de 1.300 pessoas —o governo nega o emprego da arma química.  

Cerca de 400 mil pessoas vivem no local, a última área sob controle dos rebeldes nas proximidades da capital.  

O governo sírio afirma que tem como alvo apenas terroristas que controlam a região e que não visa a população civil.  

Neste domingo o Irã, que também apoia Assad, afirmou que a trégua da ONU não inclui a atual ação em Ghouta Oriental. "Partes dos subúrbios de Damasco que estão sob controle de terroristas não são parte do cessar-fogo e as operações de limpeza continuarão lá", afirmou o general iraniano Mohammad Baqeri.  

Em resposta, o papa Francisco disse que situação em Ghouta é desumana e pediu que todos os lados respeitem a trégua.

Ajuda da Rússia

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (26) que vai estabelecer um corredor humanitário e implementar uma trégua de cinco horas diárias em Ghouta Oriental a partir de terça-feira (27).

Autoridades de saúde disseram no domingo que diversas pessoas estão sofrendo com sintomas consistentes com exposição a gás de cloro.  

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que o presidente Vladimir Putin ordenou um cessar-fogo diário em Ghouta das 9h às 14h todos os dias e a criação de um corredor humanitário para permitir que civis deixem o local.

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