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Eleições

Situação de presos e exilados some da campanha venezuelana

Hugo Chávez havia prometido rever situação de políticos presos. Durante os 14 anos de governo de Chávez, Venezuela recebeu diversas advertências da Comissão Interamericana de Direitos Humanos

O candidato de oposição Henrique Capriles também silenciou sobre os presos políticos no país | Marco Bello/Reuters
O candidato de oposição Henrique Capriles também silenciou sobre os presos políticos no país (Foto: Marco Bello/Reuters)

Hugo Chávez prometeu antes de morrer que iria rever a situação de políticos presos no país - ou "presos políticos", como prefere a oposição -, mas esse tema agora sumiu do debate público, para desespero dos familiares dos envolvidos.

Nem seu herdeiro político, Nicolás Maduro, nem o candidato de oposição Henrique Capriles trataram do assunto durante a rápida campanha para a eleição presidencial de domingo, convocada depois da morte de Chávez, vitimado por um câncer em 5 de março.

Depois de ser eleito em outubro para um novo mandato, que não chegou a assumir, Chávez se comprometeu a dialogar sobre o assunto, e nomeou uma comissão encabeçada por Maduro - então seu vice - para estudar o caso de 22 pessoas presas e outras 87 autoexiladas, sempre sob a premissa de que na Venezuela não existem presos políticos.

Mas o agravamento da doença e a morte do líder socialista deixaram o plano inconcluso.

"Chávez morreu e o tema morreu com ele", disse por telefone Nelson Afiuni, irmão da juíza María Lourdes Afiuni, presa em dezembro de 2009 depois de conceder liberdade condicional a um empresário que havia sido condenado por corrupção. O próprio Chávez chegou a pedir a pena máxima de prisão para ela, 30 anos.

Durante os 14 anos de governo de Chávez, a Venezuela recebeu diversas advertências da Comissão Interamericana de Direitos Humanos por causa de denúncias relativas a violações da liberdade de imprensa, prisão e processo judicial contra críticos do governo e entraves a investigações de ONGs.

Todas as críticas são rejeitadas pelo governo, que acusa a Comissão Interamericana de Direitos Humanos de ser um órgão a serviço do governo norte-americano.

A Venezuela vive um clima de extrema polarização política entre chavistas e antichavistas, e a campanha foi marcada por duros ataques verbais mútuos. As pesquisas apontam amplo favoritismo para Maduro.

Além do caso de Afiuni, que está em prisão domiciliar, destacam-se também os casos do empresário Pedro Carmona, líder da frustrada tentativa de golpe de Estado contra Chávez em 2002, e de Manuel Rosales, ex-candidato presidencial de oposição. Eles estão exilados respectivamente na Colômbia e Peru.

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