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Academia Militar da Venezuela, com bandeira gigante do país, continua recebendo visita de simpatizantes de Hugo Chávez que querem dar adeus ao ex-líder | Jorge Silva/Reuters
Academia Militar da Venezuela, com bandeira gigante do país, continua recebendo visita de simpatizantes de Hugo Chávez que querem dar adeus ao ex-líder| Foto: Jorge Silva/Reuters

Perfil

Casal presidencial vive em torno de polêmicas, fofocas e especulações

Agência O Globo

Com a morte de Hugo Chávez, que concentrou o poder sozinho por 14 anos, a Venezuela ganhou um casal de "duplo comando", ao estilo de Bill e Hillary Clinton ou Néstor e Cristina Kirchner.

O presidente em exercício, Nicolás Maduro, e sua mulher, Cilia Flores, militam há muito na política. Na verdade, começaram juntos – ele, líder sindical e ela, advogada criminalista – lutaram para que Hugo Chávez saísse da prisão após o golpe frustrado de 1992.

Ali nasceram o romance entre os dois e uma relação de parceria política. Foi ela quem apresentou Maduro a Chávez. Mas, como quase tudo que acontece na política venezuelana, a relação Maduro-Cilia é acompanhada de polêmica, especulações e fofocas.

Cilia tem 60 anos – dez a mais que Maduro – e é, desde 2012, advogada-geral da União. Foi deputada e a primeira mulher a presidir a Assembleia Nacional, entre 2006 e 2011, sucedendo ao marido, que deixara o cargo para ser chanceler e depois vice-presidente, até ser apontado como sucessor de Chávez.

Não se sabe muito sobre os hábitos do casal, a não ser sua devoção ao guru indiano Sathya Sai Baba, morto em 2011, o que levou Maduro e Cillia várias vezes à Índia. Ela tem três filhos de uma união anterior; ele um.

A declaração final de Chávez em dezembro, na qual pediu para que Maduro fosse eleito, mostrou sua clara intenção. Por enquanto, dada à comoção com a morte do popular líder, isso provavelmente está assegurado. Resta saber se a dupla Maduro-Cilia continuará a ter todo o poder que tem.

Aliado

Iranianos criam selo para homenagear o ex-presidente Chávez

Efe

O Irã apresentou ontem um selo comemorativo em homenagem ao ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou a agência local Fars. A população conheceu o selo em um ato que antecede o Ano Novo persa, que ocorrerá no dia 21 de março. Durante a cerimônia, o presidente Mahmoud Ahmadinejad chamou Chávez de "irmão e amigo".

Desde que soube da notícia do falecimento do líder da Venezuela , aliado latino-americano do Irã, Ahmadinejad elogiou o presidente morto como "exemplo da vontade para conseguir a liberdade da nação latino-americana".

Para Ahmadinejad, Chávez "é uma cultura, é um caminho, é um plano para salvar a humanidade". A consolidação das relações entre os dois países começou em 2005, após a eleição do iraniano.

  • Maduro segura uma criança ao lado da mulher, Cilia Flores

"Diante de meu pai, o comandante Hugo Chávez, comandante supremo da revolução bolivariana, eu juro", disse Jorge Arreaza ao tomar posse como vice-presidente ante o caixão do sogro.

O local da solenidade, na última sexta-feira, e o uso da palavra "pai" dá a dimensão do peso do laço de família na ascensão de Arreaza, 39 anos, ao posto de novo número dois do governo da Venezuela.

Segundo o presidente interino, Nicolás Maduro, a nomeação para o cargo do também ministro da Ciência e Tecnologia e marido da filha de Chávez, Rosa Virgínia, foi uma "ordem" do mandatário.

Com o novo vice, Maduro sela pacto de importância real e simbólica com um dos herdeiros de Chávez – vários da família têm cargos na estrutura estatal e exercem poderio político no Estado natal da família, Barinas.

"Juro como jurei ao comandante nos seus últimos minutos e segundos de vida, quando lhe pedi que fosse tranquilo", disse Arreaza.

Foi por esse acompanhamento direto de Chávez durante o tratamento que o novo vice-presidente deixou o perfil discreto e de acadêmico para ganhar ainda mais poder, por se tornar um dos porta-vozes oficiais sobre a saúde do esquerdista nos últimos três meses.

Tido como dedicado ao trabalho e disciplinado, Arreaza é parte de um setor de classe média alta que aderiu ao projeto chavista, assim como seu aliado Ricardo Menéndez, ministro para Indústrias.

Formado em Relações Internacionais pela UCV (Universidade Central da Venezuela), onde depois foi professor de Rosa Virgínia, e com mestrado na Inglaterra, é parente, por parte de mãe, de um inimigo do chavismo, o jornalista Alberto Ravell, de quem é afilhado.

Formação

Depois de apresentar um programa na tevê estatal, o novo vice ganhou de Chávez a tarefa de trabalhar na formação ideológica do PSUV, o partido chavista.

Em 2005, passou a dirigir o Fundayacucho, programa de bolsas estudantis do governo. Dois anos depois se casaria com Rosa Virgínia, com quem tem um filho. Tornou-se ministro de Ciência e Tecnologia em 2011, multiplicando aparições públicas na distribuição de minicomputadores a estudantes, um popular programa chavista.

"Jorge sempre foi um estudante e um professor dedicado e respeitado. Mas surpreende essa guinada ideológica. Não era seu perfil na universidade", diz o professor de Relações Internacionais da UCV Carlos Romero, crítico do chavismo.

Multidões

O presidente interino Ni­colás Maduro convocou a mi­litância chavista para trans­formar hoje a inscri­ção oficial de sua candida­tura a presidente no CNE (Conselho Na­cional Eleitoral) em seu primeiro ato de massas.

A campanha para a votação de 14 de abril já está na rua, principalmente nas longuíssimas filas de apoiadores que esperam horas para passar pelo corpo de Chávez, morto na terça e velado há seis dias na Academia Militar de Caracas.

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