
Sob forte pressão internacional desde o ataque à frota que tentava chegar à Faixa de Gaza no mês passado, Israel anunciou o alívio parcial do bloqueio ao território palestino, em vigor há três anos.
Entre as principais modificações estão o fim de todas as restrições à entrada de gêneros alimentícios e permissão à maior entrada de materiais de construção, a serem usados sob supervisão externa.
Alvo de devastadora ofensiva israelense entre dezembro de 2008 e janeiro do ano passado, Gaza até hoje não conseguiu se reconstruir devido às restrições impostas.
O governo israelense advertiu, no entanto, que manterá o bloqueio naval contra o território a fim de evitar a chegada de materiais para a fabricação de armamentos pelo grupo radical palestino Hamas, que governa Gaza.
O rígido controle sobre o que entra e sai do território palestino foi imposto por Israel em 2007, após o Hamas que vencera eleições legislativas no ano anterior contra o Fatah tomar o controle do território e expulsar o rival.
O bloqueio arruinou a economia local, levando à eliminação de dezenas de milhares de empregos, ao fechamento de fábricas e à desidratação comercial. Além disso, falhou em deter o Hamas, que não reconhece o direito à existência de Israel.
Reação
A decisão, anunciada após dois dias de reuniões do gabinete do premier, Benjamin Netanyahu, reflete a preocupação de Israel com o cerco internacional do qual é alvo desde o ataque à frota que se dizia humanitária, o que o país nega no último dia 31.
No episódio, foram mortos nove das centenas de ativistas que tentavam furar o bloqueio à faixa de Gaza levando 10 mil toneladas de ajuda para o território palestino.
Para residentes do território palestino, as mudanças foram apenas "cosméticas.
O Hamas "rejeitou as medidas de Israel, a quem acusou de tentar apenas aplacar as pressões internacionais, e exigiu fim total do bloqueio.
Já o Fatah, que controla a Cisjordânia, cobrou publicamente a retirada das restrições, mas funcionários do grupo secular expressaram preocupação com eventual fortalecimento do Hamas.



