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Oriente Médio

Sob protestos, Hamas e Israel trocam prisioneiros

Suprema Corte israelense rejeita recursos apresentados por parentes de vítimas de palestinos para impedir acordo

Ibraheem, marido da prisioneira palestina Ibtisam Issawi, e a filha do casal esperam a conclusão do acordo com Israel | Ammar Awad/Reuters
Ibraheem, marido da prisioneira palestina Ibtisam Issawi, e a filha do casal esperam a conclusão do acordo com Israel (Foto: Ammar Awad/Reuters)

Um israelense em troca de 1.027 palestinos. Re­­sumido à frieza dos números, esse é o acordo previs­­to para ser im­­plementado hoje, depois de anos de tortuosas negociações entre Is­­rael e seu maior inimigo, o grupo palestino Ha­­mas.

Na realidade do conflito, po­­rém, a troca é cercada de altíssima carga emocional, além de um impacto político que ambos os lados tentarão capitalizar a seu favor.

Ontem, a Suprema Corte de Israel rejeitou os quatro recursos contra o acordo apresentados por parentes de vítimas de terrorismo. Assim, foi removido o último obstáculo legal para a libertação do soldado israelense Gilad Sha­­lit, 25 anos, mantido como prisioneiro do Hamas desde ju­­nho de 2006.

Em troca, Israel colocará em li­­berdade 477 prisioneiros nesta terça-feira, e os demais 550 numa segunda etapa, provavelmente dentro de dois meses.

Mais da metade dos palestinos que serão libertados hoje haviam sido condenados a prisão perpétua.

Tensão

A tensão acumulada desde que o acordo foi anunciado pelo premiê israelense, Benjamin Ne­­tanyahu, explodiu ontem nos corredores da Suprema Corte, quando parentes de vítimas confrontaram aos gritos o pai de Gilad Shalit, Noam.

A presidente do Supremo, Dorit Beinish, admitiu que o acordo porá em liberdade "assassinos vis, cujas mãos estão sujas com o sangue de centenas de vítimas". Mas explicou que o acordo estava acima do Poder Judiciário.

"A solução para os casos apresentados aqui, que envolvem con­­siderações de segurança na­­cional, assim como de ética e moral, está nas mãos do governo eleito."

Obrigação

Ontem, o premiê Netanyahu en­­viou uma carta aos parentes de vítimas de terrorismo, em que ma­­nifestou simpatia por sua re­­volta, mas justificou que sua obrigação era "trazer para casa todo soldado enviado para proteger nossos cidadãos".

O acordo para a libertação do soldado dever render pontos na popularidade do premiê.

Segun­­do pesquisa encomendada pelo jornal Yediot Ahronot, 79% dos israelenses aprovam a troca.

Pelo cronograma, Shalit será libertado hoje pela manhã (ma­­drugada no Brasil) e entregue a um representante da Cruz Ver­­melha. Em seguida Israel libertará 27 prisioneiras palestinas.

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