Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
holocausto

Sobreviventes pedem que horrores de Auschwitz não sejam repetidos

Aniversário de 70 anos de libertação do campo de concentração será comemorado hoje em cerimônia com ex-prisioneiros e autoridades

O sobrevivente Jack Rosenthal mostra na pele o número que o indentificava no campo de Auschwitz | Laszlo Balogh/Reuters
O sobrevivente Jack Rosenthal mostra na pele o número que o indentificava no campo de Auschwitz (Foto: Laszlo Balogh/Reuters)
Fotos dos prisioneiros mortos hoje ocupam as paredes de um longo corredor em Auschwitz |

1 de 1

Fotos dos prisioneiros mortos hoje ocupam as paredes de um longo corredor em Auschwitz

Sobreviventes de Auschwitz retornaram ontem ao campo de concentração mais mortífero do regime nazista, um dia antes da comemoração do 70.º aniversário da libertação, e enviaram uma mensagem ao mundo: jamais permitam que essa barbárie ocorra novamente.

Veja imagens do campo de concentração

"Estamos aqui para evitar que o horror que nós vivemos se repita. Essa é a nossa luta, o que nos mantêm de pé", afirmaram os ex-prisioneiros que foram até a cidade polonesa de Oswiecim (Auschwitz, em alemão), onde ficava o campo de extermínio, para recontar suas histórias.

Uma das que sobreviveu ao local é a polonesa Anna Dabrowksa, presa em 1942 por apoiar a resistência e transferida para Auschwitz, onde permaneceu até ser levada a outro campo em janeiro de 1945, pouco antes da chegada das tropas soviéticas.

"Há pouco na Alemanha vi um jovem com uma suástica no braço e isso me surpreendeu, porque é evidente que os movimentos neonazistas voltaram a ter força", alertou Dabrowska.

Junto a outras pessoas que passaram pelos horrores de Auschiwtz, Dabrowska quer que suas lembranças sirvam para que o mundo tome consciência e não permita que isso ocorra outra vez.

"Morte e sofrimento a níveis inimagináveis", definiu o judeu alemão Leon Schwarzbaum, de 94 anos, confinado no campo de extermínio de 1943 até a libertação.

"Via as pessoas amontoadas nos caminhões, chorando, suplicando, pedindo ajuda a Deus porque estavam conscientes de que aquele era o caminho da morte. Essa visão não me abandonou nunca", relembrou o ex-prisioneiros, que então deixou de crer em Deus.

"Como pode Deus permitir uma atrocidade como essa?", lamentou, enquanto observava com o olhar perdido algumas das fotografias de companheiros de cativeiro, grande parte morta antes da libertação do campo.

"Por isso é importante nossa presença aqui hoje, para mostrar aos que negam o Holocausto que ele aconteceu, que nós fomos testemunhas desse horror, que não deve se repetir", destacou Celina Biniaz, 84 anos, judia americana de origem polonesa.

Ela chegou a Auschwitz junto com sua família, mas teve a sorte de ser resgatada pelo empresário alemão Oscar Schindler. Foi a mais nova (tinha 13 anos na época) dos 1,1 mil judeus salvos da morte por Schindler.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.