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Diante do avanço do candidato François Bayrou, de centro, o líder do Partido Socialista da França disse nesta segunda-feira que sua candidata, Ségolène Royal, pode perder no primeiro turno das eleições presidenciais, em abril, a menos que todo o partido se reúna em torno dela. Desde o início da campanha, Ségolène aparecia em segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto, atrás apenas do ministro do Interior, Nicolas Sarkozy.

Mas o recente avanço de Bayrou disparou temores de que se repita o pesadelo de 21 de abril de 2002, quando o socialista Lionel Jospin foi eliminado no primeiro turno pelo líder da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen.

- Não podemos descartar nenhuma hipótese - disse o líder do PS, François Hollande.

No fim de semana, uma nova pesquisa do instituto Ifop mostrou Ségolène e Bayrou empatados pela primeira vez, com 23% das intenções de voto, e atrás de Nicolas Sarkozy, candidato conservador da situação, que lidera com 28%.

Bayrou subiu quatro pontos percentuais em relação à última pesquisa Ifop, de 26 de fevereiro. Royal caiu dois pontos e meio, e Sarkozy, um ponto. O levantamento, publicado no "Le Journal du Dimanche", não faz previsões sobre um resultado para um segundo turno entre os dois mais votados. No entanto, pesquisas anteriores sugeriram que, se passasse para o segundo turno de 6 de maio, Bayrou venceria qualquer um dos seus dois rivais.

Ex-ministro da Educação, Bayrou começou a causar impacto nas pesquisas de opinião no mês passado, depois de prometer um retorno à política de consenso e pregar o fim dos 25 anos de domínio de direita e esquerda na França. Ele se comprometeu a banir os déficits orçamentários e a formar uma coalizão ampla de governo para executar as reformas econômicas e sociais.

O inesperado fortalecimento do candidato de centro levou Sarkozy a adotar um discurso mais à direita, enquanto os socialistas parecem indecisos. Não sabem se atacam Bayrou ou se simplesmente o ignoram. Analistas afirmam que, embora Bayrou tenha no momento a iniciativa, ele ainda não conta com uma base eleitoral sólida.

Pesquisas anteriores mostraram que quase metade dos eleitores que o apóiam irão ainda fazer a sua decisão final. No caso de Royal, cerca de 70% dos que declararam que votarão nela estão convictos da escolha. O primeiro turno eleitoral será no dia 22 de abril.

Os presidenciáveis têm até 16 de março para registrar a sua candidatura e, para isso, conseguir o apoio oficial de pelo menos 500 autoridades eleitas.

O líder da extrema-direita Jean-Marie Le Pen, que chegou em segundo nas eleições de 2002, afirmou que encontra dificuldades para conseguir as 500 assinaturas, porque autoridades não querem se vincular a um candidato extremista.

Segundo o Ifop, sem Le Pen, Sarkozy teria no primeiro turno 34,5%. Bayrou ficaria com 25% e Royal com 24%.

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