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Dois soldados americanos desaparecidos após um ataque contra seu posto de controle foram encontrados mortos e com sinais de tortura, afirmou uma autoridade da área de defesa do Iraque na terça-feira.

O major general William Caldwell, porta-voz das Forças Armadas dos Estados Unidos, recusou-se a confirmar as informações, afirmando que os militares não se manifestariam sobre o caso enquanto os familiares dos soldados não fossem contactados.

Já o major general Abdul Aziz Mohammed, do Ministério de Defesa do Iraque, afirmou à Reuters que os corpos dos soldados Thomas Lowell Tucker, de 25 anos, e Kristian Menchaca, de 23, tinham sido encontrados por uma patrulha conjunta de iraquianos e americanos na segunda-feira, perto de uma usina de força em Yusufiya. Os dois foram seqüestrados na sexta-feira.

Segundo Mohammed, os corpos dos dois mostravam sinais de "torturas bárbaras".

Ken MacKenzie, tio de Menchaca, afirmou à rede de TV NBC que acabara de ouvir a notícia e que não tinha recebido nenhuma confirmação oficial sobre as mortes. Ele afirmou:

- Essa notícia vai deixar minha família arrasada.

As forças de segurança americanas lançaram uma grande operação de busca pelos soldados, utilizando aeronaves e milhares de militares depois de prometer que não os deixariam "lá fora".

A notícia sobre a descoberta dos corpos apareceu no momento em que outras bombas atingiam Bagdá, matando nove pessoas. Os militares dos EUA também disseram que forças envolvidas na caçada a insurgentes ligados à Al-Qaeda mataram 15 combatentes em operações realizadas ao norte da capital iraquiana.

O Conselho Mujahideen Shura, um órgão liderado pela Al-Qaeda que reúne grupos insurgentes, afirmou, em um comunicado colocado na Internet, na segunda-feira, ter sequestrado os americanos.

A entidade, porém, não forneceu imagens de vídeo ou provas documentais para confirmar sua alegação. Alguns oficiais das Forças Armadas dos EUA levantaram dúvidas sobre a veracidade do comunicado.

Os dois soldados sumiram na noite de sexta-feira, depois de uma emboscada em um posto de controle de Yusufiya, uma cidade localizada na área ao sul de Bagdá chamada por alguns de "Triângulo da Morte", um reduto da Al Qaeda. Um terceiro soldado dos EUA foi morto no ataque.

A morte deles significa um golpe contra os militares americanos, que recentemente conseguiram matar o líder da Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, em um ataque aéreo realizado perto de Baquba, ao norte da capital iraquiana.

Soldados -americanos envolvidos na caçada a insurgentes ligados a um suposto membro da Al-Qaeda lançaram operações simultâneas perto de Baquba, antes do amanhecer da terça-feira, disseram militares dos EUA.

Segundo os americanos, disparos de arma de pequeno calibre foram feitos a partir do teto de uma casa no vilarejo de Qaduri Ali al Sharhin, 13 quilômetros ao norte de Baquba. Soldados e aeronaves responderam ao ataque, matando 11 supostos combatentes.

'Vítmas inocentes'

Um helicóptero viu-se obrigado a fazer um pouso de emergência depois de atingir linhas de eletricidade. Nenhum membro da tripulação ficou ferido. Mas três combatentes foram mortos quando tentaram atacar a aeronave.

Três supostos insurgentes também foram capturados escondidos em uma casa em meio a nove mulheres. Segundo os militares dos EUA, foram encontrados dez fuzis AK-47 nas operações.

Um homem que afirmou se chamar Mohammed Jabar al-Qaduri disse que dois dos mortos eram Jassem e Mazen, filhos dele, e que todas as vítimas dos americanos trabalhavam em um criadouro de aves localizado perto das casas atacadas.

- Ele não atacaram nenhum americano. Não temos problemas com os americanos. Não temos estrangeiros aqui - disse.

Um membro da polícia iraquiana afirmou que entre os mortos estava um garoto de 12 anos de idade. Um colchão cheio de sangue podia ser visto dentro de uma das casas atacadas. Segundo moradores do local, o menino dormia ali quando foi atingido por tiros.

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