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Militares quirguizes votam antes da população para que possam garantir a segurança do processo no dia seguinte | Reuters
Militares quirguizes votam antes da população para que possam garantir a segurança do processo no dia seguinte| Foto: Reuters
  • Quase dois mil soldados participaram do referendo que pode mudar o sistema político do país

Soldados quirguizes foram às urnas nesta sexta-feira na primeira etapa de um referendo para a criação daquela que seria a única democracia parlamentar da Ásia Central, duas semanas depois de conflitos étnicos que mataram mais de 250 pessoas.

Quase 2.000 soldados lotaram as seções eleitorais na universidade de Osh, epicentro da violência recente, dois dias antes da principal etapa da votação, convocada pelo governo interino para consolidar seu poder neste país pobre, mas estrategicamente localizado.

"Os meninos estão votando hoje para que possam estar em alerta elevado no dia da eleição", disse Abdykalyk Boltabayev, da comissão eleitoral local.

O governo interino, que assumiu o poder após uma revolta popular que derrubou o presidente em abril, diz que a votação é crucial para restaurar a ordem no sul do país, depois da violência entre membros das etnias quirguiz e uzbeque, que fez centenas de milhares de pessoas fugirem.

Estados Unidos e Rússia, que operam bases militares no Quirguistão, temem que os distúrbios se espalhem por outras ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, uma região rica em petróleo e na rota do tráfico de drogas com origem no Afeganistão.

"Esperamos que o processo eleitoral forme um governo pleno, capaz de resolver os problemas que o Estado enfrenta. Do contrário, o Quirguistão enfrentará a degradação e, infelizmente, é inteiramente possível que se divida em pedaços", disse o presidente russo, Dmitry Medvedev, durante visita a Washington.

Uma entidade regional dominada pela Rússia, conhecida pela sigla CSTO, vai enviar helicópteros e blindados para dar apoio à votação, além de formar um grupo de trabalho para monitorar a votação no sul do país.

A presidente interina Roza Otunbayeva, que precisa desse referendo para se legitimar, rejeitou pedidos de aliados para adiar o referendo devido à recente violência étnica.

O sul é reduto do ex-presidente Kurmanbek Bakiyev, e tem grande população da etnia uzbeque. O governo diz que até 2.000 pessoas morreram nos confrontos. Muitos uzbeques dizem que os militares participaram de agressões.

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