A sonda Rosetta, uma nave construída pela Agência Espacial Européia, a ESA, para explorar um cometa, completou neste domingo uma manobra fundamental em sua jornada de 10 anos.
A sonda passou a apenas 250 quilômetros da superfície do planeta Marte. Foi a segunda de quatro "manobras gravitacionais assistidas", sobrevôos que dão à sonda, com ajuda da gravidade, o impulso necessário para alcançar seu alvo ambicioso, em 2014. A Rosetta vai alcançar e seguir o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, num dos projetos mais ousados já empreendidos pela ESA.
Na manhã deste domingo, a ESA divulgou a primeira imagem do sobrevôo, feita quando a sonda estava a mil quilômetros de distância de Marte. A imagem mostra a superfície do planeta e parte da própria sonda.
- Estamos todos muito felizes - disse Andrea Accomazzo, gerente de operações da nave, no centro de controle de Darmstadt, enquanto a equipe aplaudia.
Os controladores estavam preocupados com a performance da sonda ao atravessar a sombra de Marte. Nesse momento, os instrumentos da nave de três toneladas, que operam por energia solar, ficaram dependendo de uma pequena batera.
Mas depois de 20 minutos de silêncio, a nave emergiu do outro lado de Marte, no início da madrugada.
A sonda, cujo nome vem da pedra que ajudou a decifrar os segredos do hieróglifos egípcios, segue o sucesso de outra caçadora de cometas, a Giotto.
- A Europa abriu o caminho em termos de ciência dos cometas - disse o diretor científico da agência, David Southwood. - Para entender realmente o Sistema Solar, temos que voltar aonde ele começou e ele começou com cometas.
Para alcançar o cometa, a sonda, de um bilhão de euros, precisa de quatro manobras gravitacionais, nas quais recebe impulso e ajusta a rota. A primeira usou como propulsor a gravidade da Terra, em 2005. Em 2007 e 2009, em outros dois sobrevôos, a sonda lançará mão de impulso da Terra para alcançar seu destino.
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