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Soros pede investigação do Facebook após relatos sobre campanha de difamação

Uma consultoria contratada pelo Facebook espalhou informações negativas sobre críticos da rede social e os vinculou ao filantropo George Soros

O filantropo George Soros pediu que o Facebook iniciasse uma investigação interna independente de seu trabalho de relações públicas e lobby | Simon Dawson / Bloomberg
O filantropo George Soros pediu que o Facebook iniciasse uma investigação interna independente de seu trabalho de relações públicas e lobby (Foto: Simon Dawson / Bloomberg)

O filantropo progressista George Soros pediu ao Facebook que inicie uma investigação interna independente de seu trabalho de lobby e relações públicas. 

O pedido vem depois que o jornal New York Times publicou uma matéria afirmando que a empresa havia contratado uma empresa de pesquisa da oposição para desacreditar os críticos, ligando-os a Soros, um alvo frequente de conservadores e da extrema direita. 

"Esses esforços parecem ter sido parte de uma estratégia deliberada para desviar a atenção dos reais problemas de responsabilização que sua empresa continua enfrentando", escreveu Patrick Gaspard, presidente da Open Society Foundations, organização filantrópica fundada por Soros. Gaspard publicou a carta na quarta-feira (14) após a reportagem do Times, dirigindo-a à diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg. O executivo-chefe Mark Zuckerberg, juntamente com os membros do conselho do Facebook e a liderança do Congresso, também estavam na lista de endereços.

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De acordo com a matéria, Sandberg supervisionou uma agressiva campanha de lobby para rebater a reação do público contra a empresa, após uma série de escândalos envolvendo desinformação russa, violações de privacidade e propagação viral de mensagens de ódio. 

A empresa adotou uma estratégia de relações públicas semelhante ao estilo de campanha de oposição, segundo a reportagem, em que outros foram atacados, como Google e Apple, para desviar a culpa. Sandberg também teria usado sua posição de alto escalão no Facebook para recorrer pessoalmente aos legisladores de Washington e procuradores gerais do Estado, disse o artigo, na esperança de restringir as regulamentações e investigações voltadas para a rede social.

O Facebook contratou uma firma de pesquisa de oposição republicana para desacreditar ativistas críticos da rede social, segundo a matéria do Times. Alguns dos esforços ligavam os ativistas a Soros. A empresa circulou um documento para repórteres que "colocava Soros como a força desconhecida do que parecia ser um amplo movimento anti-Facebook", segundo o New York Times, e "pressionou os repórteres a explorar as conexões financeiras da família de Soros e organizações filantrópicas ligadas a ele” e a grupos críticos do Facebook. 

Repercussão

A empresa citada na matéria, Definers Public Affairs, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do Washington Post. 

Em uma declaração na quinta-feira, o Facebook disse ao Post: "É errado sugerir que nós já tenhamos pedido a Definers para pagar ou escrever artigos em nome do Facebook – ou para espalhar desinformação. A relação com o Facebook era bem conhecida pela mídia – em várias ocasiões eles enviaram convites para centenas de jornalistas sobre importantes chamadas de imprensa em nosso nome". 

As ações do Facebook fecharam com uma ligeira queda na quinta-feira, perto de seu preço mais baixo em um ano. 

Soros criticou a abordagem do Facebook ao discurso de ódio e propaganda em sua plataforma global. Seu porta-voz, Michael Vachon, disse que a reportagem do Times levanta questões sobre se o Facebook usou "táticas inescrupulosas" semelhantes contra outras pessoas que expressaram oposição. "É alarmante que o Facebook se engaje nessas táticas inescrupulosas", disse Vachon na quinta-feira. 

"É decepcionante ver como [os líderes do Facebook] falharam em monitorar o ódio e a desinformação na plataforma do Facebook. Agora, saber que ele é ativo na promoção dessas distorções está além do esperado", disse Gaspard. 

Color of Change, uma organização de justiça racial que, de acordo com a matéria, também foi alvo de esforços de pesquisa de oposição, disse em um comunicado na quinta-feira que as ações do Facebook são "repreensíveis" e "perigosas". 

"A resposta do Facebook à nossa campanha, que os desafiou a melhorar sua plataforma e criar condições seguras para negros e outros grupos marginalizados, foi atiçar as chamas do antissemitismo", disse o grupo. Entre outras demandas, a Color of Change pediu ao Facebook que pedisse desculpas, demitisse seu chefe de política pública e publicasse todo o material resultante da pesquisa da oposição que compilou sobre o grupo e outros.

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