
O governo do Sudão do Sul aceitou pôr fim às hostilidades que resultaram na morte de centenas de pessoas nas últimas semanas, anunciaram ontem líderes africanos reunidos em Nairóbi, a capital queniana.
Por meio de nota, os líderes de um bloco regional formado por Djibuti, Etiópia, Somália, Sudão do Sul e Sudão disseram que recebiam "com satisfação o comprometimento do governo da República do Sudão do Sul com o fim imediato das hostilidades".
No comunicado, os líderes africanos pediram ao ex-vice-presidente Riek Machar que "assuma compromisso similar". Machar é acusado de orquestrar uma tentativa de golpe contra o presidente sul-sudanês Salva Kiir.
Os líderes do bloco também manifestaram oposição a qualquer mudança violenta de governo no país mais jovem do mundo e conclamam Kiir e seus adversários a darem início a negociações de paz ainda neste ano.
Ainda não é possível, entretanto, determinar os efeitos práticos do anúncio, uma vez que Machar não estava representado no encontro.
No Sudão do Sul não havia sinais de mudanças imediatas na disputa armada pelo controle do país.
Ainda ontem, a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que mais de 120 mil pessoas foram deslocadas em função da violência do Sudão do Sul. Cerca de metade desses refugiados encontra-se em abrigos construídos pela organização em áreas que ainda estão em paz no país. O número vem aumentando desde o dia 15 de dezembro, quando os conflitos entre diferentes etnias se espalharam por toda a nação.
Na quinta-feira, o governo do Sudão do Sul perdeu o controle de Bentiu, capital do estado produtor de petróleo de Unidade, para tropas leais ao ex-vice-presidente Riek Machar. Segundo o porta-voz do Exército, coronel Philip Aguer, "Bentiu está nas mãos de um comandante que declarou apoio a Machar. Bentiu não está nas nossas mãos".
Segundo a ONU, são necessários pelo menos US$ 166 milhões de dólares para ajudar no atendimento à população.



