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Líderes sudaneses do Norte e do Sul do país disseram neste sábado (10) que vão analisar a possibilidade de formação de uma confederação ou mercado comum se os sulistas optarem por declarar a independência no plebiscito previsto para janeiro de 2011.

Dentro de seis meses cidadãos do Sul, região produtora de petróleo, votarão num plebiscito sobre se desejam continuar como parte do Sudão ou formar um Estado independente. A consulta popular foi proposta em um acordo em 2005 que pôs fim a décadas de guerra civil entre o Norte e o Sul.

Líderes dos partidos dominantes em ambas as regiões iniciaram neste sábado negociações formais sobre como iriam dividir os rendimentos do petróleo e definir outras questões após o plebiscito.

Eles disseram a repórteres que vão considerar quatro opções sugeridas por um painel da União Africana, liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Thabo Mbeki.

Uma das opções diz: "Nós consideramos a possibilidade de criação de dois países independente que negociem um esquema de cooperação, o qual abrange o estabelecimento de instituições de governo compartilhadas em um arranjo confederado", disse Mbeki, que falou durante o lançamento das negociações em Cartum.

Outra opção é a de criação de dois Estados separados com "fronteiras brandas compartilhadas que permitam liberdade de movimento tanto para pessoas como para mercadorias", afirmou Mbeki.

As outras duas opções, acrescentou, são a de separação total - com a necessidade de vistos para cruzamento da fronteira - e a continuação da unidade Norte-Sul, se os sulistas escolherem essa opção no plebiscito.

"Essas quatro opções serão parte das questões a serem discutidas pelos dois lados", declarou a jornalistas Sayed el-Khatib, um membro destacado do nortista Partido do Congresso Nacional do Sudão.

Pagan Amum, secretário-geral do Movimento de Libertação do Povo do Sudão, partido dominante no sul, disse que o plebiscito permitia ao Sul "zerar" eu problemático relacionamento com o Norte, qualquer que seja a opção dos sulistas - separação ou unidade.

Os partidos informaram que dedicarão os próximos meses a discutir como repartir o petróleo e outros bens, assim como o fardo da dívida externa, após a consulta popular.

Também está na agenda a cidadania da população, incluindo dos sulistas que vivem no norte e vice-versa, e a posição de uma futura fronteira Norte-Sul, entre outros tópicos.

Muitos comentaristas avaliam que os sulistas, amargurados por décadas de guerra civil, estejam propensos a votar pela separação no plebiscito, previsto para janeiro de 2011.

O presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir prometeu fazer campanha pela unidade. A maioria das reservas de petróleo do país está no sul.

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