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Paquistão

Sunitas reivindicam ataques que mataram ao menos 110

Mortes ocorreram após uma dupla explosão na noite de quinta em um bairro xiita

Dois grupos radicais sunitas reivindicaram hoje dois dos três atentados que deixaram pelo menos 110 mortos, a maioria xiitas, na cidade de Quetta, no Paquistão, ontem. O governo local decretou luto oficial de três dias.

A ação mais grave na cidade, que deixou 84 mortos, foi reivindicada pelo grupo fundamentalista sunita Lakshar e Jhangvi. As mortes ocorreram após uma dupla explosão na noite de quinta em um bairro xiita, a primeira com um terrorista suicida que detonou explosivos em um salão de bilhar.

Quinze minutos depois, um carro-bomba explodiu na mesma região, matando policiais, enfermeiros, civis e dois jornalistas do canal local Samaa que acompanhavam os desdobramentos da primeira ação. O grupo que reivindicou os atentados prega a separação do Baluchistão, região onde fica Quetta.

O duplo atentado aconteceu horas depois de a cidade ter sofrido outro ataque, desta vez a um posto de controle de forças de segurança, que deixou pelo menos 12 mortos. Segundo as autoridades locais, a explosão foi reivindicada pelo Exército Unido do Baluchistão, que também pede a cisão do território.

Os insurgentes também enviaram um comunicado ao jornal local "Dawn", dizendo que esta foi uma vingança contra ações do Exército de combate aos insurgentes.Quetta é a capital da Província, a mais extensa e menos povoada deste país asiático e atualmente uma das mais conflituosas do Paquistão por causa da atividade de grupos armados tanto de viés fundamentalista como separatista.

As ações de quinta na cidade se juntam a outras duas explosões na estrada que dá acesso ao aeroporto, que deixaram sete mortos e outras 15 feridas. Esse atentado, porém, ainda não foi reivindicado por nenhuma organização.

Violência

A quinta-feira de violência ainda foi marcada por outra ação fundamentalista. Pelo menos 23 pessoas morreram e quase cem ficaram feridas na cidade de Mingora, no norte do país, após um ataque a uma mesquita administrada pelo grupo radical Jamaat Tabligh.

A polícia ainda não tem pistas dos organizadores do atentado, mas a imprensa local diz que a explosão pode ter sido uma ação do Taleban paquistanês. A cidade é a mesma onde a jovem ativista Malala Yousafzai foi ferida em outubro após ser baleada por um militante do Taleban.

Os atentados aumentaram a preocupação do governo local e dos xiitas com a segurança e a estabilidade no país. Líderes religiosos pediram que o Exército controle a cidade de Quetta para evitar novas ações dos sunitas, que consideram os xiitas hereges.

A ONG Human Rights Watch também exigiu do governo presença efetiva para evitar ataques contra os sunitas, que em Quetta são cerca de 500 mil. O enterro das vítimas deverá acontecer hoje.

O governo nacional decretou luto oficial de três dias, mas não se pronunciou sobre o aumento da segurança na região.

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