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O ministro das Relações Exteriores do Suriname, Albert Ramdin, foi eleito por aclamação nesta segunda-feira (10) como o novo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), para o período de 2025 a 2030, e sucederá no cargo o uruguaio Luis Almagro.
Ramdin era o único candidato na disputa após a desistência de seu único rival, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano - que recebeu apoio de Trump e de Milei - mas posteriormente sofreu um duro golpe de um grupo de países, liderado pelo Brasil, com o anúncio de seu apoio em bloco ao surinamês.
O Conselho Permanente da OEA, reunido em Washington com a presença de vários ministros das Relações Exteriores da região, optou por eleger Ramdin por aclamação em vez de realizar a votação.
O ministro surinamês, que atuou como secretário-geral adjunto da organização entre 2005 e 2015, tinha mais de 20 votos garantidos na votação, na qual precisaria de 18 para ser eleito.
O governo brasileiro, do petista Luiz Inácio Lula da Silva, e outros esquerdistas, como Bolívia, Chile, Colômbia, México e Uruguai uniram forças com o surinamês assim como os governos de centro e centro-direita de Costa Rica, Equador e República Dominicana.
Além disso, teve o total apoio da Caricom, formada por 14 países caribenhos que também fazem parte da OEA.
Ramdin assumirá o cargo em maio e se tornará o primeiro secretário-geral caribenho da OEA.
Ao contrário de seu oponente, Ramírez Lezcano, próximo do presidente americano Donald Trump, Ramdin se diz comprometido com o "diálogo" com o regime de Nicolás Maduro na Venezuela e também é alvo de críticas por conta de sua proximidade com a China, cuja influência na região preocupa os EUA.
A maioria dos países que apoiaram Ramdin destacaram sua capacidade de alcançar consensos, em contrapartida às fortes divisões que surgiram dentro da organização durante os dois mandatos de Almagro, que foi duramente criticado pela esquerda regional por seu alinhamento com Washington.




