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A juíza americana Susan Crawford venceu uma importante eleição para ocupar uma vaga na Suprema Corte de Wisconsin, nesta semana, desbancando o conservador Brad Schimel, que recebeu apoio do presidente Donald Trump e do empresário Elon Musk nos últimos dias, tornando a disputa judicial a mais cara na história dos EUA.
Nascida em Chippewa Falls, uma cidade do estado Wisconsin, a magistrada se formou em 1994 na Universidade de Direito de Iowa e atuou em diferentes cargos públicos ao lado de democratas.
Seu histórico é marcado, principalmente, pela defesa da pauta abortista e da atividade de sindicatos públicos.
Desde 2018, ela atua como juíza do Tribunal de Circuito no Condado de Dane. Antes disso, foi procuradora-geral assistente nos departamentos de Justiça de Iowa e Wisconsin, defensora no Departamento de Recursos Naturais de Wisconsin e se juntou à equipe do ex-governador democrata Jim Doyle, em 2009, como consultora jurídica.
Depois que o político deixou o cargo, em 2011, Crawford começou a trabalhar em um escritório de advocacia liberal na cidade de Madison, responsável por liderar a defesa de diversas ações contra projetos de leis patrocinados por republicanos em Wisconsin.
Nesse período, ela representou a maior provedora de aborto dos EUA, a Planned Parenthood, em dois processos contra restrições no estado, e rejeitou publicamente a decisão da Suprema Corte federal Roe v. Wade, que devolveu aos estados o poder de deliberar sobre o assunto, em 2022.
Com sua vitória, a Corte estadual terá uma maioria progressista, enquanto dois casos envolvendo a lei estadual de 1849 que proíbe quase todos os abortos seguem sem análise no tribunal.
Crawford também foi uma figura ativa na rejeição a outras leis importantes patrocinadas por republicanos, como a que exige documento de identificação com foto para votar. Os críticos da propostas argumentam que a exigência criaria barreiras para os eleitores.
Em outra ação, ela representou o sindicato de professores de Wisconsin contra um projeto de lei promulgado pelo ex-governador republicano Scott Walker, que tinha como objetivo eliminar os direitos de negociação coletiva para servidores públicos.
O escritório conseguiu uma revogação parcial e um recurso aguarda análise na Suprema Corte, que agora contará com o voto da juíza eleita.
A campanha democrata contra o candidato conservador Brad Schimel deu destaque para a participação ativa de Musk. Eles promoveram uma narrativa "do povo contra o bilionário".
Em um debate, Crawford chegou a se referir ao seu adversário como “Elon Schimel”. Outro evento de campanha contou com a participação do ex-candidato a vice-presidente dos EUA Tim Walz.




