Um integrante de um poderoso clã suspeito de ordenar o massacre de 57 pessoas que participavam de uma caravana eleitoral no sul das Filipinas entregou-se às autoridades locais nesta quinta-feira. Segundo os promotores, ele agora será acusado formalmente pelos assassinatos.
Andal Ampatuan Junior, de 41 anos e prefeito de uma cidade da região onde ocorreu o massacre, entregou-se ao assessor presidencial Jesus Dureza, informou o tenente-general Raymundo Ferrer. O procurador-chefe Jovencito Zuno afirmou que ele será acusado formalmente pelo massacre.
"A família o entregou voluntariamente e aceitou que ele seja investigado", disse Ferrer.
No massacre de segunda-feira, um grupo de 57 pessoas foi interceptado e morto no momento em que viajava para apresentar a candidatura de um político rival do clã Ampatuan ao governo da província de Maguindanao.
A chacina aumentou a pressão sobre a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, para que atue contra a atuação dos senhores da guerra existentes no país. As eleições gerais estão marcadas para maio de 2010.
Questionado por jornalistas sobre seu suposto envolvimento no massacre, Andal Ampatuan Junior disse, enquanto tentava esconder o rosto: "Não há verdade nisso. O motivo de eu estar aqui é provar que não estou escondido e que não sou culpado."
Entre as vítimas do massacre de segunda-feira estão a esposa, parentes e dezenas de jornalistas e apoiadores de Esmael Mangudadatu, candidato a governador que pretendia desafiar o clã dos Ampatuan. Dezoito jornalistas que acompanhavam a comitiva também foram assassinados. Há anos o clã vem governando sem oposição a província de Maguindanao.
As forças de segurança das Filipinas assumiram o controle do território governado pelo clã e começou a desarmar seus milicianos. Veículos blindados patrulhavam as rodovias de Maguindanao e imagens de televisão mostraram barreiras policiais em torno dos edifícios nas principais cidades controladas pelo clã.
O diretor da polícia nacional, general Jesus Verzosa, disse que as forças de segurança prenderam alguns homens armados ligados ao massacre de segunda-feira e o exército informou que estava à procura de muitos outros suspeitos.
"A maior parte do grupo armado que perpetrou este crime fugiu para a área montanhosa de Maguindanao e é lá que estamos realizando nossas operações de busca", disse o coronel Romeo Brawner, porta-voz dos militares.
Ele afirmou que o Exército também dissolveu a Unidade Geográfica das Forças Armadas Civis, uma milícia sob controle da família de Andal Ampatuan Jr. Os milicianos costumam ser usados pelos governos locais para ampliar as forças militares e policiais em áreas remotas, castigadas por insurgentes comunistas e islâmicos Toda a força policial que vinha fornecendo segurança ao escritório de Ampatuan Jr. foi removida, segundo o superintendente da Polícia Nacional, Leonardo Espina.



