
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, rejeitou ontem a criação de um conselho de Estado que substituiria o atual governo e descartou renunciar ao cargo. O pronunciamento aconteceu dois dias após os protestos violentos que deixaram três mortos e 57 feridos.
Desde outubro a chefe de governo enfrenta uma série de manifestações de grupos da oposição, que a acusam de corrupção e de seguir comandos de seu irmão, Thaksin, ex-chefe de governo exilado em Dubai. Na última semana, os protestos aumentaram, com a ocupação de prédios do governo.
Em entrevista coletiva, ela afirmou que está disposta a fazer o possível para que a Tailândia volte à paz, mas descartou a renúncia. "O que o governo mais deseja é negociar, mas eu mesma não consigo ver outra saída ao problema que não seja através da lei e da Constituição", disse.
A declaração é uma crítica à proposta do líder dos manifestantes, o ex-vice-primeiro-ministro opositor Suthep Thaugsuban, que propôs no domingo a criação de um conselho de Estado escolhido de forma indireta para substituir o atual governo.
A proposta provocou críticas dos governistas e da oposição, que a consideram antidemocrática. "É possível citar a possibilidade de renunciar ou de dissolver o Parlamento, se isto tranquilizar os manifestantes e a calma for restaurada", completou a premiê, antes de convocar a oposição, mais uma vez, a negociar.
Conflitos
Ontem ocorreram novos conflitos entre as forças de segurança e os milhares de manifestantes da oposição. A polícia usou gás lacrimogêneo, como no domingo, para defender a casa de governo, que conta com um rígido esquema de proteção, cercada por blocos de cimento e alambrados.
Os manifestantes criticam o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 e que fez um governo beneficiando as classes mais baixas.



