
Burgos - Um carro-bomba que levava cerca de 200 explosivos atingiu na madrugada de ontem (horário local) um quartel da Guarda Civil na cidade espanhola de Burgos, na região central do país. O número de pessoas feridas no ataque chegou a 60. Grande parte das vítimas foi atingida por estilhaços de vidro.
De acordo com a investigação, os criminosos estacionaram uma Mercedes Vito de cor branca cerca de 16 metros da fachada da frente do edifício, na tarde de ontem.
O jornal espanhol El País afirma que o atentado deixou uma "grande cratera" de sete metros de largura e um metro e meio de profundidade no solo. Imagens mostram boa parte da fachada do prédio residencial destruída.
A detonação destruiu a fachada de alguns dos imóveis da área e fez com que marquises e janelas ficassem penduradas. Os danos provocados a edifícios próximos foram tamanhos que provocaram a desocupação preventiva das construções.
A polícia local habilitou suas próprias instalaçõ es e um ginásio de esportes para alojar provisoriamente os moradores afetados. As autoridades já isolaram a área para investigar os detalhes da explosão.
O ataque foi atribuído ao grupo separatista ETA, que quer a separação do País Basco. Os terroristas pretendiam "fazer o maior dano possível", explicou o delegado do governo na comunidade autônoma de Castela e Leão, Miguel Alejo, que se deslocou ao local do crime, assim como o presidente do governo dessa região, Juan Vicente Herrera. Segundo Herrera, o atentado contra o quartel "foi realizado com intenção de matar".
O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, classificou o ataque como "um grande atentado fracassado que buscava mortes. "Esta noite, dormiam nos andares quase 120 pessoas, das quais 41 eram crianças, o que ressalta o caráter canalha do atentado, disse Rubalcaba, em entrevista coletiva no local do ataque.
A polícia local habilitou suas próprias instalações e um ginásio de esportes para alojar provisoriamente os moradores afetados, segundo fontes municipais.
A polícia afirma que o carro usado pelos terroristas pode ter sido roubado na França, embora tivesse registro em Burgos, provavelmente falsificado. Fontes de segurança dizem que o carro continha cerca de 200 quilos de explosivos. Rubalcaba não precisou o número, mas afirmou que era uma bomba "potente.
O último atentado assumido pelo grupo basco foi em 3 de dezembro passado, quando um atirador do ETA matou o empresário Ignacio Uría Mendizábal, em Guipúzcoa. O atentado a bomba foi realizado em 30 de maio de 2003, em Navarra. No dia, dois policiais morreram. O grupo terrorista usa a violência há 40 anos para tentar conseguir a independência do País Basco, período no qual ao menos 850 pessoas morreram.



